Arguidos Do Caso Lussaty Processavam Salários De Centenas De Militares Mortos



No arranque do julgamento do conhecido "caso Lussaty" nesta segunda-feira, 15 de agosto, após ter ficado suspenso por duas ocasiões, o Ministério Público (MP) relatou na leitura da acusação que os arguidos montaram um esquema fraudulento na Casa Militar da Presidência da República onde processavam salários de centenas de militares mortos ou desistentes e inventaram batalhões e regiões militares, na província do Cuando Cubango, que nunca existiram, e foram também acusados de colocarem nas folhas de salários da Unidade da Guarda Presidencial (UGP) nomes de familiares e amigos com as patentes até Tenente-Coronel, que recebiam salário, mas que nunca pertenceram aos quadros.

Segundo o Ministério Público, que fez a leitura da acusação durante três horas, o major Pedro Lussaty e os outros arguidos no processo, durante dez anos, isto de 2008 a 2018, aproveitaram-se das suas posições e criaram uma associação criminosa para defraudar o Estado angolano em avultadas somas da Casa Militar da Presidência da República.