Sindicato dos Jornalistas arrasa Cristiano Ronaldo após despedimento coletivo na Medialivre. “Deve clarificar a sua posição de imediato”, exige a associação de trabalhadores.
Cristiano Ronaldo é um dos donos da Medialivre, empresa que detém o Correio da Manhã, Record e, entre outros, a revista Sábado. Empresa de comunicação que se vê agora envolvida numa controvérsia ao avançar para um despedimento coletivo, focado nos fotojornalistas, que é conhecido na véspera do Dia do Trabalhor. Algo que merece duras críticas por parte do Sindicato dos Jornalistas (SJ).
“Anunciar um despedimento coletivo na véspera do Dia do Trabalhador, que assinala mundialmente para as conquistas laborais do passado, cada vez mais deterioradas, é inqualificável. O despedimento de jornalistas é grave o suficiente, ainda por cima num grupo que diz dar lucro, para dispensar a diatribe insultuosa de o comunicar na véspera do 1 de Maio”, escreve o Sindicato dos Jornalistas. “Mesmo ignorando a data, o SJ está chocado pela forma como este despedimento coletivo foi comunicado aos trabalhadores: um facto consumado, sem qualquer hipótese de diálogo, e com pressa em dispensar estes colegas”, acrescenta.
“Lamenta-se que Ronaldo tenha comprado uma parte significativa da empresa para, a seguir, permitir que se procedam a despedimentos”
“O SJ está surpreendido, já que o grupo Medialivre, que tem o futebolista Cristiano Ronaldo como maior acionista, é dos poucos em Portugal que apresenta resultados financeiros positivos. Lamenta-se que Ronaldo (que a revista Forbes estima ter tido um vencimento de mais de 250 milhões de euros no ano passado) tenha comprado uma parte significativa da empresa para, a seguir, permitir que se procedam a despedimentos. Das duas uma: ou não sabe e, enquanto maior acionista, deve clarificar a sua posição de imediato ou sabe e, a ser assim, fica conotado como sendo um dos donos de mais uma empresa do setor que, ao invés de pensar o futuro de forma sustentável, faz o mais fácil e o mais básico em termos de gestão: despedir”, prossegue a associação de trabalhadores.
O Sindicato dos Jornalistas refere ainda o lado solidário do capitão da Seleção Nacional. “O futebolista que é, também, ou pelo menos noticiado, como sendo um filantropo da caridade, poderia, pelo menos, pensar nas consequências que uma situação de desemprego acarreta para uma dezena de pessoas. É que quando se é solidário à partida pode dispensar-se a caridade à chegada”, termina o Sindicato dos Jornalistas.
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