Ledley King concedeu, este domingo, uma extensa entrevista ao podcast 'In the Mixer', na qual 'abriu o livro' a propósito da relação que mantém com o agora treinador do Benfica, o português José Mourinho, assim como da maneira como surgiu a oportunidade de integrar a sua equipa técnica, durante a passagem pelo Tottenham, entre 2019 e 2021.
"Eu penso que sempre admirei o José, percebem o que estou a dizer? Tive sempre inveja dos rapazes da seleção inglesa que o tiveram como treinador, no Chelsea. Obviamente, joguei contra as equipas dele, mas, quando ele chegou ao Tottenham, cruzei-me com ele, um dia, nos corredores, e ele disse 'Eu quero-te nos treinos', começou por afirmar o antigo internacional inglês, atualmente, com 45 anos de idade.
"Eu disse-lhe 'Bem, não sou treinador'. Ele disse 'Não me interessa, eu quero-te nos treinos'. Por isso, comecei a ir, a ver um pouco os treinos e, eventualmente, a conversar com os jogadores mais jovens. Quando me apercebi, estou a trabalhar com alguém, a cortar vídeos, a discutir coisas... E fazia aquilo de borla", prosseguiu, entre risos.
"Depois, surgiu a Covid-19, e a temporada parou, por isso, toda a gente se foi embora. Entretanto, voltaram, e a temporada acabou, mas eu fiquei de fora, porque não era permitido. Só estava presente a própria equipa técnica. Mo verão, recebi uma chamada. Estava a cortar os poucos cabelos que me sobram, e era um FaceTime do José. Por isso, saltei da cadeira, fui para um local tranquilo e ele disse 'Quero-te na minha equipa técnica, na próxima época, a tempo inteiro'. Não podia recusar, pois não?", completou.
"José Mourinho precisa de adeptos"
Ledley King (que, no Tottenham, foi, não só jogador e treinador-adjunto, como até diretor de relações institucionais) explicou, de seguida, como foi trabalhar de tão perto com o Special One: "Gostei. Ele é uma grande pessoa, com um grande sorriso, muito inteligente... Ele tem histórias para contar durante dias, e gosta de as contar".
"Na primeira parte da temporada, estávamos a voar, estávamos a jogar bem. Infelizmente, não tínhamos adeptos [nas bancadas], o que foi uma pena. Uma pessoa como o José precisa de adeptos, ele precisa disso. Lembro-me de termos derrotado o Arsenal, em casa, o Manchester City, em casa, e o Manchester United, por 1-6, em Old Trafford", relatou.
"Chegámos a dezembro e estávamos na liderança, e eu a pensar que íamos conquistar o campeonato. Na minha primeira temporada enquanto treinador, pensei 'Vou conquistar o campeonato, porque tenho o mágico José comigo'. Percebem o que quero dizer? Depois, o momento como que resvalou", lamentou.
"Ainda assim, eu adorei o tempo que passei com ele, é uma grande pessoa. Ele tem uma paixão muito grande por este desporto. As pessoas podem olhar para ele e pensar 'Por que é que não te limitas a retirar-te e a desfrutar da vida?'. Ele vive para aquilo. Ele adora absolutamente este desporto", completou o antigo defesa central.

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