Estudo Identifica 5 Tipos de Insónias e Como Tratar Cada Um, Potencialmente Revolucionando o Diagnóstico



Ficar acordado durante a noite e não conseguir dormir. De uma forma simples, é assim que podemos caracterizar as insônias. Ainda assim, nem todas as insônias são iguais. A conclusão é de um estudo realizado nos Países Baixos. Identifica cinco tipos de insônias e como as diferenças podem permitir formas de tratamento distintas.


Segundo o estudo, aqui citado pelo jornal El País, a pesquisa contou com 2.224 participantes. Foram identificados cinco tipos de insônia e a maioria dos pacientes enquadrava-se nos grupos 2, 4 e 5.

O grupo 2 foi o mais comum. Junta pessoas que apresentam níveis moderados de ansiedade, sendo a insônia uma resposta ao stress e que leva a alguma inquietação na hora do sono.

Por outro lado, os grupos 4 e 5 mostram níveis de ansiedade mais baixos. Neste caso, são pessoas com insônia crônica que acaba por ser uma resposta a traumas da vida, muitos deles vividos na infância. São tipos de insônias que podem responder bem a terapias de relaxamento.

“Os resultados do estudo deixaram-me com a impressão de que os pacientes que chegavam às nossas unidades de sono eram os mais complexos”, revela a psiquiatra Francesca Cañellas. Diz que os que mais procuram ajuda são os que estão nos grupos 1 e 3. 

No caso do primeiro grupo, são pessoas com níveis de depressão elevado, com insónia grave. “A insônia pode ser o primeiro e mais significativo sintoma de depressão. Portanto, se a depressão não for tratada, a insônia não melhora. Além disso, com mais frequência do que os outros subtipos, esses pacientes já foram diagnosticados com transtornos de ansiedade ou depressivos em algum momento de suas vidas.”

Os cinco tipos de insônias

Já no caso do grupo 3, são pessoas que apresentam alguma angústia em relação ao sono e não reagem bem a tratamentos. “São pessoas com tendência à negatividade. Chegam às unidades com frequência porque são as mais preocupadas.”

Identificar o tipo de grupo a que os pacientes está pode acabar por ser um passo importante na apresentação de soluções de tratamento.” Os resultados do estudo permitem-nos reorientar um pouco o paradigma do tratamento. Por outras palavras, não podemos adaptar o tratamento a todos os pacientes com insônia. Em vez disso, teremos de alterar o tratamento com base em cada um dos subtipos de insônia”, conta o neurofisiologista Javier Puertas.

Cinco dicas comuns para dormir podem piorar a insónia

Eis cinco estratégias comuns de higiene do sono que podem fazer mais mal do que bem para pessoas que sofrem de insônia, apresentadas pela terapeuta do son, Kirsty Vant.

1 - Passar mais tempo na cama

"Quando o sono não vem facilmente, é tentador ir para a cama mais cedo ou deitar-se até mais tarde, na esperança de "recuperar o sono". Mas essa estratégia sai pela culatra muitas vezes. Quanto mais tempo passa na cama acordado, mais enfraquece a associação mental entre a cama e o sono - e fortalece a ligação entre a cama e a frustração.

2- Evitar ecrãs rigorosamente

"Muitas vezes, dizem-nos para abandonar os ecrãs antes de dormir, porque a luz azul que elas emitem suprime a melatonina, uma hormona que ajuda a regular o sono. Mas esse conselho pode ser demasiado simplista.

3 - Cortar completamente a cafeína

"A cafeína bloqueia a adenosina, um neurotransmissor que nos dá sono. Mas nem todos processam a cafeína da mesma forma - a genética influencia a rapidez com que a metabolizamos.

4 - Tentar muito "otimizar" o sono

"A 'economia do sono' global - que abrange tudo, desde rastreadores vestíveis a colchões especializados e sprays "indutores do sono" - vale mais de 400 mil milhões de euros. Embora muitos desses produtos possam ser bem-intencionados, podem contribuir para uma condição moderna conhecida como ortossonia: ansiedade causada pela tentativa de aperfeiçoar o sono

5 - Esperar a mesma quantidade de sono todas as noites

"Um sono saudável não se resume a um número fixo de horas - ele é dinâmico e responde às nossas vidas. Fatores como stress, saúde física, idade, ambiente e até mesmo responsabilidades parentais afetam o sono.