Luis Suárez concedeu uma extensa entrevista à edição desta segunda-feira do jornal espanhol Sport, na qual abordou diversos temas, desde logo, as críticas de que foi alvo ao longo de toda a carreira, desde os primeiros passos, ao serviço do Nacional, aos 'píncaros', vividos ao serviço de clubes como Liverpool, Barcelona ou Atlético de Madrid.
"Muitas vezes, ponho-me a pensar que posso ser um exemplo de rebeldia, de resiliência e de luta. Por outro lado, há muitas coisas nas quais não sou um exemplo, e aceito. Sei disso, e entendo. Sempre lutei contra as críticas. Estreei-me no Nacional, com 18 anos de idade, e criticavam-me por falhar golos", começou por afirmar o internacional uruguaio, que, agora, representa o Inter Miami.
"Foi logo aí que comecei a minha etapa de tentar dar a volta a essa página de críticas. Quando fui para os Países Baixos [para o Groningen, em 2007], diziam-me que estava gordo, e, no Ajax, também. Depois, no Liverpool, atacavam-me pelos meus atos de indisciplina. Depois, no Barcelona, por passar por maus momentos", prosseguiu.
"Até me poderia sentir confortável com isso, mas não é algo de que uma pessoa goste. As críticas acabaram por fortalecer-me, nunca me mandaram abaixo. Nunca demonstrei a essas pessoas que estava em baixo porque me criticavam. Aquilo que mais vende, e é sempre assim, é a crítica, e querem ver as pessoas cabisbaixas", completou.
"Olho para Messi e pensamos que estamos a cumprir com aquilo que falámos, no Barcelona"
Luis Suárez não escondeu, ainda, a satisfação por estar a ter a oportunidade de partilhar, uma vez mais, balneário com Lionel Messi, à imagem do que já acontecera, no Barcelona: "À medida que foram passando os anos, mais nos fomos conhecendo, dentro de campo. E, com o passar dos anos, conhecemo-nos muito, também, fora dele".
"Sabemos quando um está de bom humor, quando o outro está de mau humor... Sabemos em que momento é que se partilham conversas internas ou quando não temos vontade de falar. Conhecemo-nos bem, e a verdade é que os nossos filhos também partilhar muitas horas por dia, no futebol", refletiu.
"A verdade é que a etapa que estamos a viver é muito bonita. Estamos a desfrutar... Olhamos um para o outro, por vezes, e pomo-nos a pensar que estamos a cumprir com aquilo que falámos, naquele momento, no Barcelona, sobre poder desfrutar da nossa última etapa como jogadores de futebol juntos", acrescentou.
O internacional uruguaio não poupou, de resto, nos elogios tecidos ao argentino: "Não há mais argumentos para descrevê-lo. Dentro de campo, é algo de único, de irrepetível, e continua a fazer coisas incríveis. Ele continua a ter aquela obsessão de querer continuar a ganhar, como todos nós já tivemos".
"Mas é claro que vocês conseguem ver esse espírito que ele tem. Por vezes, a equipa ganha, mas ele queria que o jogador X marcasse, e não marcou. O Leo fica chateado, porque esse jogador X não marcou. Se ele coloca os objetivos, cumpre-os, e isso contagia-nos a todos", rematou.

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