Pep Guardiola concedeu, esta segunda-feira, uma extensa entrevista à rádio espanhola RAC-1, no âmbito daquele que foi o milésimo jogo da carreira de treinador, que culminou no categórico triunfo conquistado sobre o Liverpool, no Etihad Stadium, no passado dia 9 de novembro, por categóricos 3-0.
Feitas as contas o catalão leva um registo de vitórias de 71,6%, o que o coloca à frente de 'colossos' como José Mourinho (61,6%), Luis Enrique (61,3%), Carlo Ancelotti (59,8%) ou Sir Alex Ferguson (58,1%). Questionado quanto a estes dados, o próprio respondeu ao seu estilo: "Lamento pelos 'haters', mas ganhámos muitos jogos. Estivemos muito bem".
"Tenho carinho ao 2-6 [no Barcelona, perante o Real Madrid], no Santiago Bernabéu, assim como à meia final da Liga dos Campeões que jogámos, no Bayern Munique, ainda que o Atlético de Madrid nos tenha eliminado. O mesmo se aplica à meia final contra o Real Madrid [vitória, por 4-0], que penso que foi o ponto alto da década, no Manchester City", referiu.
"Eu não descarto o Barcelona"
Pep Guardiola voltou, ainda, a abordar os rumores que, pontualmente, o vão apontando a um eventual regresso ao Barcelona. Algo que, garante, não tem grande fundamento, ainda que o contrato que o une ao Manchester City termine já em junho de 2027, isto é, no final da próxima temporada.
"Eu não descarto o Barcelona. Tanto enquanto jogador como enquanto treinador, deram-me tudo, mas há etapas na vida. Digo isto, agora, que voltou Xavi Pascual, o que muito me alegra, porque penso que irá devolver a secção de basquetebol ao plano onde deve estar", começou por afirmar.
"No entanto, eu penso sempre que há etapas na vida e que há treinador jovens que terão a ambição de fazer aquilo que nós tivemos a oportunidade de fazer, nos nossos dias. Voltar ao Barcelona? Como? Enquanto presidente? De gravata? Vá lá", acrescentou, a propósito do clube que orientou entre 2008 e 2012.
Durante este período, recorde-se, o treinador de 54 anos de idade conquistou duas Ligas dos Campeões, duas Supertaças Europeias, dois Campeonatos do Mundo de Clubes, três La Ligas, duas Taças do Rei e uma Supertaça de Espanha. Antes disso, já erguera o título de campeão da Segunda Divisão da RFEF, ao leme da equipa B, em 2007/08.
"O Barcelona é o maior, mais bonito e mais especial clube do mundo"
Ainda sobre o Barcelona, Pep Guardiola enalteceu o clima democrático que se continua a viver, em Camp Nou, num dia em que Víctor Font se prepara para apresentar uma candidatura de oposição ao atual presidente do clube, Joan Laporta, com vista às eleições, que terão lugar já em 2026, sob o lema "O Barcelona que queremos".
"Por isso é que é o maior, mais bonito e mais especial clube do mundo. Porque, aqui, podemos fazer isso. O Barcelona é um clube vivo, há sempre notícias. Tem a ver com isso, o futebol tem a ver com isso. Durante todos estes anos de carreira, lidei com pessoas da política, dos negócios...", refletiu.
"Lidei com gente importante, que tem grandes pensamentos, mas que, no entanto, não tem nem metade da paixão, quando falas de futebol. O importante, no que diz respeito às pessoas que mandam no clube e à oposição, é que não podes perder o foco, quando ouves ruído. Se perdes o foco, enganas-te no que tens de fazer. E fazes asneira", concluiu.

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