O influenciador australiano Pete Z se tornou alvo de duras críticas nas redes sociais após divulgar um vídeo em que mostra sua experiência “sobrevivendo” na comunidade de Dharavi, em Mumbai, na Índia — uma das maiores favelas do mundo e a maior da Ásia. O conteúdo foi acusado de promover o chamado “turismo de pobreza”, prática em que a miséria é explorada como entretenimento.
No vídeo, que viralizou no YouTube e em outras plataformas, Pete Z aparece caminhando pelas vielas estreitas de Dharavi, acompanhado da amiga Ayushi, enquanto narra os desafios de “viver em condições precárias”. Ele mostra o local onde passou três dias — uma casa minúscula, com cozinha improvisada e uma cama beliche apertada.
“Vamos ficar aqui por três dias. Isso aqui é realmente dentro da favela. Olha como esse espaço é apertado”, comenta o influenciador em um dos trechos.
Em outro momento, ele ri com a amiga enquanto se prepara para dormir nas condições improvisadas do local. A gravação intercala cenas de risco, como supostas tentativas de roubo, e interações com moradores, incluindo figuras locais, que o alertam sobre os perigos da região.
No entanto, o vídeo foi amplamente criticado por usuários das redes sociais, que classificaram o conteúdo como sensacionalista e desrespeitoso.
“Dharavi não é um parque de aventuras”, escreveu um internauta.
“Isso não é sobrevivência, é turismo de pobreza. Dharavi merece respeito”, publicou outro.
Outros usuários também acusaram o criador de conteúdo de reforçar estereótipos negativos sobre a Índia.
“Você está mostrando só o lado pobre de Mumbai. As pessoas vão julgar o país inteiro por isso”, reclamou um usuário indiano.
A comunidade de Dharavi ficou mundialmente conhecida após o sucesso do filme “Quem Quer Ser um Milionário” (2008), vencedor do Oscar, que retratou parte da vida dos moradores da região. Apesar de abrigar condições precárias, o local é também um centro de economia popular e resistência social, com centenas de pequenas fábricas e empreendedores locais.
A polêmica envolvendo Pete Z reacendeu o debate sobre os limites éticos entre documentar realidades sociais e explorar a pobreza como espetáculo — uma discussão que segue dividindo opiniões nas redes.
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