Cerca de 2,6 milhões de crianças em Angola, registadas na base de dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), sofrem de malnutrição aguda severa, representando 43,6% de prevalência em todo o país. As províncias de Luanda, Namibe, Cunene e Huíla têm os maiores índices de crianças afetadas, totalizando 30% dos casos no país.
Estes dados são resultados de um inquérito conduzido entre 2021 e 2022, abrangendo crianças com idade inferior a cinco anos. A especialista em nutrição do UNICEF, Ciara Hogan, recomenda intervenções urgentes para reverter esse cenário, atribuindo o aumento da mal-nutrição a fatores como o impacto da COVID-19, que levou a uma redução da segurança alimentar, e a crise económica internacional.
Ciara Hogan destacou ainda que a falta de conhecimento e capacidade técnica na implementação de protocolos de gestão, a escassez de profissionais qualificados, a irregularidade no fornecimento de insumos nutricionais, entre outros fatores, contribuem para a prevalência da malnutrição severa. O UNICEF e o governo de Angola, em colaboração com o Instituto Nacional de Estatística (INE), estão a desenvolver um novo inquérito que será apresentado no final de 2024.
Durante um workshop em Luanda, técnicos de saúde e nutrição de várias províncias de Angola estão a analisar o programa de emergência global e a estratégia para a gestão da desnutrição aguda em situações de emergência, visando melhorar os conhecimentos e a capacidade de resposta em situações críticas.
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