Ucranianas Ofereceram-se A Soldados Russos Para Que Não Violassem Filhos



Taras Lazer, um professor de língua e literatura italiana que regressou a Bucha após retirada das tropas russas denunciou - em declarações à agência de notícias italiana Adnkronos - as atrocidades que ali foram cometidas e que lhe foram relatadas. 


De acordo com esta mulher, as mães ucranianas de Bucha foram à escola onde meninos e meninas estavam escondidas e "ofereceram-se aos soldados russos, aos chechenos, no lugar das crianças, para as salvar". 


O ato, porém, "não serviu de  nada". "Infelizmente as mães e os filhos foram violados", conta Taras. 


O professor na faculdade de filologia da Universidade Borys Grinchenko, em Kyiv, revela que chorou "com o povo de Bucha" e "não conseguia entender como tudo isto era possível''.


''Casas completamente destruídas ou parcialmente atingidas'', começa por contar. Entre essas casas estava também a casa da irmã. "Não nos deixaram entrar [na casa], os russos minaram as ruas e as casas''.


A irmã de Taras ''ficou escondida nos abrigos da Bucha, mas agora está na Europa''.


"As pessoas que conheci, cerca de 30 a 40, eram todos idosos, mulheres e homens, que decidiram ficar. Depois de sair dos abrigos, beijaram os soldados ucranianos, beijaram o pão'', relata acrescentando que estas pessoas "tinham muito pouco para comer'' nas semanas de controlo russo.


"Os russos e chechenos roubaram tudo das suas casas. Desde a televisão à vodka'', diz.


Taras lamenta a destruição que os russos provocaram na cidade onde vivia, uma cidade "muito calma com muitas famílias jovens e progressistas, onde existem muitas escolas e jardins de infância, casas novas onde é espetacular viver''. 


Recorrde-se que na passada sexta-feira, dia 8 de abril, uma equipa forense começou a exumar uma vala comum em Bucha, com as autoridades ucranianas a afirmarem que os russos costumavam enterrar as vítimas resultantes da sua ocupação.


A União Europeia e outros aliados ocidentais estão a ajudar a Ucrânia a compilar provas para futuros processos por crimes de guerra perpetrados pela Rússia.