Simon Hughes, conhecido jornalista do The Athletic, publicou um longo texto de reflexão em função da crise de resultados que se vive em Liverpool, sugerindo mesmo que Diogo Jota fosse mais vezes recordado, no plantel liderado por Arne Slot, para dar a volta ao rumo dos acontecimentos, já mais de quatro meses após a morte do internacional português.
"Aos 20 minutos de cada jogo do Liverpool nesta temporada, acontece a mesma coisa. Independentemente do desempenho da equipa em campo, os adeptos do clube homenageiam o falecido Diogo Jota — cuja camisa número 20 do Liverpool agora está afastada — com a sua amada canção "Oh, his name is Diogo...". O hino ainda é cantado em alto e bom som, mas antes era entoado em comemoração e, agora, vem carregado de tristeza", começou por escrever.
"O Liverpool venceu as primeiras sete partidas oficiais da temporada 2025/26, mas agora perdeu sete das últimas dez. Trata-se de um desempenho excecionalmente fraco para os campeões da temporada anterior, especialmente para um clube que, investiu uma quantia recorde em contratações durante o verão. Contudo, nenhum campeão em título na história da Premier League teve de lidar com a morte de um jogador titular em atividade. Alguém que fazia parte do plantel há cinco anos e que ajudou a conquistar o título mais recente num glorioso dia de primavera, há pouco mais de seis meses", vincou de seguida.
Foi aí que Simon Hughes apontou a necessidade de os campeões ingleses começarem a olhar para determinados detalhes, alusivos à trágica partida do antigo avançado, não esquecendo, sobretudo, o sofrimento da família dos irmãos Diogo Jota e André Silva, após o trágico e fatídico acidente de viação em Espanha, no passado dia 3 de julho.
"Se existe uma hierarquia do sofrimento, então a família de Diogo Jota deve ser considerada em primeiro lugar. Talvez encontrem consolo ao ouvir a sua canção a ser cantada. No entanto, para os jogadores e para a equipa técnica do Liverpool, a situação pode ser diferente", atirou.
"Seria compreensível se, cada vez que ouvissem a música, especialmente em Anfield, alguns parassem para pensar no que estavam a fazer. Também seria compreensível se, cada vez que precisassem de um golo num jogo, as suas mentes se lembrassem das ocasiões em que Jota os salvou. Seria compreensível se, esses outrora aparentemente invencíveis campeões, olhassem para o espaço no balneário onde Diogo Jota se preparava e sentissem uma onda de tristeza. Ou começassem a questionar a verdadeira importância do futebol", sublinhou o jornalista.
"A morte de Jota aconteceu justamente quando a pré-temporada do Liverpool estava a começar. Ele foi enterrado em Portugal alguns dias depois e o restante plantel foi convidado a retomar os treinos quando se sentissem prontos. Em apenas uma semana, todos estavam de volta, mas será que estavam realmente prontos? Só eles saberão a resposta, mas não seria surpresa se muitos simplesmente não soubessem onde mais estar (...) Esta é uma temporada como nenhuma outra para o Liverpool. E só porque não podem mais contar com ele, não significa que ele não esteja em todo lugar", completou.

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