Jogador do Burnley Pede Indemnização Ao United Por Negligência Médica



Axel Tuanzebe está a acusar o Manchester United de negligência médica, acreditando que o clube não tratou de forma adequada uma lesão sofrida em 2020 que lhe deixou sequelas até hoje, pedindo uma indemnização no valor de um milhão de euros, adiantou a Sky na terça-feira. 


O processo já deu entrada no tribunal de Londres, mas foram agora revelados novos dados que ajudam a perceber a visão do jogador de 27 anos. 

O internacional congolês foi formado no Manchester United e saiu em 2023, depois de um percurso de 17 anos. Tuanzebe alega que a lesão sofrida em janeiro de 2020 tornou-se crónica a partir de 2022.

"Os planos de tratamento adequados teriam, com base na preponderância das probabilidades, resultado na prevenção da dor e do desconforto descritos abaixo, permitindo que o queixoso jogasse futebol profissional ao mais alto nível sem restrições ou impedimentos. Apesar de continuar jogando ao mais alto nível, isso afetou a carreira e as suas conquistas", pode ler-se no documento ao qual a Sky teve acesso. 

Como aconteceu a lesão? 

A referida lesão aconteceu em 2020 e como consequência de uma outra lesão muscular na coxa sofrida num jogo da Taça da Liga inglesa contra o Colchester em dezembro de 2019. 

Foi diagnosticada uma lesão por stress na lombar, que ocorre com mais frequência em atletas que façam movimentos repetitivos. 

"O queixoso afirma que a réu [United] foi negligente ao não investigar adequadamente as fraturas da pars interarticularis do queixoso, ao não deixá-lo em repouso e ao não encaminhá-lo para um cirurgião especializado em coluna vertebral desportiva", pode ler-se no processo, que prossegue. 

"Como resultado, os sintomas do queixoso progrediram significativamente para fraturas bilaterais de grau 4, e desenvolveu uma fratura crónica na coluna vertebral do lado esquerdo. Se o queixoso tivesse recebido ordem de repouso, a sua fratura na pars interarticularis do lado esquerdo não teria evoluído para crónica e a fratura do lado direito teria sido evitada por completo", explica. 

Axel Tuanzebe terá visto, assim, a sua situação clínica agravar-se em julho de 2022 e ficado com "dor e desconforto significativo" desde então. 

Repouso podia ter evitado lesão 

A questão do repouso ganha especial importância neste processo, uma vez que Tuanzebe, que agora veste a camisola do Burnley, deveria ter ficado parado durante 12 semanas para melhor cicatrização da fratura. 

No entanto, Tuanzebe voltaria a jogar em março de 2020 pela equipa de reservas do Manchester United e em outubro voltaria à equipa principal. 

"Ao permitir que o queixoso treinasse e jogasse normalmente de fevereiro a março de 2020, ele sofreu, posteriormente, sintomas mais graves do que teria sofrido se tivesse sido diagnosticado prontamente e tratado adequadamente com repouso", defende o processo, que alega ainda que o "plano de tratamento adequado" só foi implementado três anos depois, em abril de 2023.

De 2020 a 2023, refira-se, Tuanzebe andou neste limbo e ainda esteve cedido a Aston Villa, Napoli e Stoke City. No verão de 2023, desvinculou-se do United e assinou pelo Ipswich Town, onde jogou por duas épocas, mudando-se para o Burnley no último verão.