A notícia da morte de um militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) durante uma ação de patrulhamento no rio Guadiana na noite de segunda-feira, 27 de outubro, foi um dos assuntos analisados na rubrica Crónica Criminal do programa das manhãs da TVI, 'Dois às 10'.
Este homem, Pedro Manata e Silva, de 50 anos, era familiar de Melanie Tavares, psicóloga que faz parte da equipa do programa.
Emocionada, a profissional entrou em direto via telefone e falou sobre o assunto com Cláudio Ramos e Cristina Ferreira.
"A vítima era da minha família. Estou mesmo muito triste com tudo isto até porque ele era uma pessoa tão feliz que não consigo encaixá-lo neste momento de dor que estamos a passar", começou por explicar Melanie.
De seguida, a psicóloga explica que Pedro estava apenas a cumprir a sua função profissional quando foi surpreendido.
"Ele estava a desempenhar as funções que tinha na GNR com os colegas e no meio do seu trabalho foi surpreendido [...] ele estava a minimizar o impacto do narcotráfico no Algarve e no nosso país e depois acabou por ser a vítima, como nós já vimos vezes sem conta", refere ainda Melanie.
No fim da sua intervenção, a psicóloga deixou ainda uma mensagem onde fala dos parcos recursos das forças policiais.
"Aquilo que eu gostava de partilhar convosco é aquilo que ele partilhava comigo muitas vezes, era a falta de condições que eles tinham para estar neste contexto contra este tipo de pessoas, porque as nossas forças de segurança, e isto foi dito por ele inúmeras vezes, não tinham nem metade dos meios do que os traficantes tinham e isto é que é de repensar a forma como tratamos os militares e as forças de segurança que estão ali para nos defender a todos e acabam eles desprotegidos. Não vale a pena mensagens de estado nesta altura porque nada vai devolver aquela pessoa às nossas vidas", explicou ainda.
"Esta família perdeu a estrutura, o Pedro era uma pessoa mesmo fantástica. Deixou um legado muito bom nos filhos, são miúdos com uma educação, com uma capacidade de empatia", garantiu Melanie, passando a palavra ao filho mais velho do seu familiar, Diogo, de 19 anos.
"Claro que tenho [o pai como héroi]. Qualquer pai é um ídolo mas este meu pai era mesmo um pai de família. Todos os camaradas dizem que era mesmo um exemplo, falava com uma admiração enorme pelo trabalho, este trabalho que lhe ceifou a vida", explicou o jovem em lágrimas.
Veja aqui o momento.
O que é que se passou?
Pedro Silva estava a fazer numa ação de patrulhamento no rio Guadiana, perto de Alcoutim, no Algarve, na noite desta segunda-feira, 27 de outubro, quando a embarcação foi abalroada por uma lancha rápida. Os suspeitos, entretanto, foram localizados, identificados e detidos.

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