Polly Holliday, atriz de caráter marcante que conquistou o público norte-americano nos anos 1970 com a personagem Florence Jean “Flo” Castleberry, na sitcom Alice, faleceu no dia 9 de setembro em sua casa, em Manhattan, aos 88 anos. A notícia foi confirmada por seu amigo e empresário Dennis Aspland, que não revelou a causa da morte.
Nascida no Alabama em 1937, Holliday começou a carreira artística após anos como professora de música. Formada em piano, chegou a sonhar com a vida de concertista, mas encontrou nos palcos e telas seu verdadeiro caminho. Atuou por mais de uma década em companhias de teatro antes de estrear na Broadway em 1974, na peça All Over Town, dirigida por Dustin Hoffman — que posteriormente a recomendaria para pequenos papéis no cinema, como em Todos os Homens do Presidente (1976).
O grande sucesso, no entanto, veio com Alice, série da CBS inspirada no filme homônimo de Martin Scorsese (Alice Não Mora Mais Aqui). Na televisão, Holliday deu vida à garçonete Flo, uma mulher ousada, debochada e cheia de tiradas afiadas, incluindo o bordão que se tornou fenômeno cultural: “Kiss mah grits!” (algo como “Beija minha polenta!” em tradução livre). O papel lhe rendeu três indicações ao Emmy e imenso reconhecimento popular, apesar das tensões nos bastidores.
Em 1980, deixou Alice para estrelar o spin-off Flo, pelo qual recebeu mais uma indicação ao Emmy. Determinada a não ficar marcada apenas pela personagem, Holliday diversificou sua carreira com papéis no cinema, como a viúva amarga em Gremlins (1984), e em séries de sucesso, incluindo The Golden Girls, Homicide: Life on the Street e Home Improvement.
Nos palcos, brilhou em clássicos da Broadway, recebendo uma indicação ao Tony por sua interpretação em Gata em Teto de Zinco Quente (1990). Sua última atuação na Broadway foi em Picnic (1994).
Apesar da fama, Holliday manteve uma vida pessoal simples e reservada. Nunca se casou, não teve filhos e cultivou uma forte ligação com a igreja episcopal de Greenwich Village, onde apoiava um prestigiado projeto de música de câmara.
Mesmo com uma carreira ampla e respeitada, sabia que seria eternamente lembrada como Flo. Ao ser abordada por fãs que pediam para repetir o bordão que a consagrou, respondia com bom humor: “Acho que você faria melhor do que eu”.
Polly Holliday deixa um legado de talento, autenticidade e humor que marcou para sempre a história da televisão americana.


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