As vias abrangidas são: R453: Praia do Bilene – Macia; N101: Macia – Chókwè; e R448: Chókwè – Macarretane. Segundo o Executivo, a decisão deve-se ao baixo nível de tráfego e de receitas, associado a custos operacionais elevados, o que inviabilizou as projecções iniciais da concessionária.
Com a revogação, os troços deixam de ser geridos pela iniciativa privada e regressam à esfera do Estado, levantando o debate sobre novos modelos de financiamento e manutenção da rede rodoviária.
Importa frisar que, a estrada Macia–Bilene é um dos principais acessos à Praia do Bilene, destino turístico de referência em Gaza. A retirada da concessão poderá significar alívio nas taxas de portagem, favorecendo turistas e operadores locais, mas coloca em risco a manutenção regular da via, essencial para o turismo sustentável.
No que tange a agricultura: O troço Macia–Chókwè–Macarretane é estratégico para o escoamento da produção agrícola do Baixo Limpopo, onde se destacam arroz, hortícolas e cana-de-açúcar. Problemas de manutenção nesta via podem impactar o custo do transporte e reduzir a competitividade dos produtores.
A decisão governamental, expõe os desafios da viabilidade económica do actual modelo de concessões rodoviárias em Moçambique, sobretudo em estradas com tráfego limitado. Para analistas, este cenário reforça a necessidade de repensar alternativas, como parcerias público-privadas flexíveis, maior envolvimento das autarquias ou fundos específicos para estradas de interesse estratégico.
O Governo ainda não avançou detalhes sobre como será assegurada a manutenção imediata dos troços agora desonrados da REVIMO. No entanto, especialistas alertam que a continuidade da manutenção será determinante para evitar a degradação da infra-estrutura e garantir que as populações e sectores produtivos não sejam penalizados.

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