O académico e sociólogo Elísio Macamo considera que os jovens moçambicanos não se voluntariam para apoiar no combate à insurgência em Cabo Delgado não por covardia ou falta de coragem, mas porque não se sentem representados pelo Estado
Nós sabemos como é que os soldados são tratados no nosso exército. Infelizmente, é um assunto pouco debatido publicamente, mas a verdade é que os nossos militares não são bem tratados. É por isso que muitos jovens acabam por desertar”, afirmou.
Para Macamo, causa estranheza que a sociedade não discuta abertamente o problema, apontando o Governo como principal responsável.
“Muito mais do que andar a falar com ditadores, o essencial seria pôr a mão na consciência e procurar entender por que razão um país que orgulhosamente celebra 50 anos de independência não consegue mobilizar os seus jovens para se alistarem e defenderem a soberania nacional”, questionou.
As declarações foram feitas nesta terça-feira, na Universidade Pedagógica de Maputo, durante uma sessão da Oficina de Ideias, que decorreu sob o lema “Responsabilidade da Juventude em Tempos de Crise”. A iniciativa, promovida pela organização da sociedade civil Manifesto Cidadão, pretende estimular a cidadania ativa, a reflexão crítica e a formulação de propostas para o reforço da democracia em Moçambique.
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