Rach, de 34 anos, moradora de Newcastle, na Austrália, recebeu em novembro passado um diagnóstico que a deixou em choque: um câncer de pele no nariz. O caso chamou atenção porque ela sempre foi extremamente cuidadosa com a proteção solar, hábito incentivado desde a infância em um país que lidera os índices mundiais da doença.
Mesmo assim, a australiana precisou passar por cirurgia para remover um carcinoma basocelular, deixando uma cicatriz abaixo do olho. “Achei que tinha feito tudo certo e, mesmo assim, aconteceu comigo”, desabafou em entrevista à BBC.
A revolta dela cresceu ainda mais quando descobriu que o protetor solar que usava diariamente, o Lean Screen SPF 50+, da Ultra Violette, havia sido apontado em testes independentes como falho, oferecendo um FPS muito abaixo do prometido. O produto, vendido em mais de 30 países, chegou a registrar resultado equivalente a FPS 4 em análises feitas pela Choice Australia, grupo de defesa do consumidor.
Crise nacional
A denúncia abriu uma crise nacional: 16 dos 20 protetores solares testados não atingiram a proteção declarada na embalagem. Marcas conhecidas, como Neutrogena, Banana Boat e até a Cancer Council, foram citadas. A polêmica levou o órgão regulador de saúde australiano a abrir investigação, resultando no recolhimento de produtos e no questionamento sobre a real eficácia dos testes de segurança.
“Um reembolso não vai reverter anos de danos causados pelo sol, vai?”, escreveu um consumidor em resposta ao comunicado da Ultra Violette, que suspendeu a venda do produto apenas dois meses após a denúncia.
Especialistas afirmam que o escândalo expôs falhas nos testes e nas regulamentações, mas alertam que a proteção solar continua sendo fundamental. O uso correto do produto, aliado a roupas adequadas e reaplicação frequente, segue como a principal forma de prevenção contra o câncer de pele.
Não conseguiu-se contatar a Ultra Violette, responsável pelo produto Lean Screen SPF 50+.
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