Universidade do Minho Representa Portugal no Mundial de Robôs Humanoides na China



Em comunicado, a UMinho refere que o torneio, que decorrerá entre 15 e 17 de agosto, terá 30 equipas universitárias de países como Países Baixos, Brasil, Alemanha ou China e está integrado na 1.ª edição dos World Humanoid Robot Games.


A equipa da UMinho está a estagiar em Pequim desde 19 de julho.


"Todas as equipas usam o humanóide T1 da chinesa Booster Robotics, de 1,2 metros e 30 quilos, com algoritmos poderosos de drible e controlo da bola, que faz passes, remates, defesas, cortes e até se levanta após a queda", acrescenta o comunicado.


Sublinha que, apesar disso, "é preciso refinar e personalizar mecanismos de guarda-redes, de desvio de obstáculos e de sistemas de remate, tendo-se até criado na UMinho um 'pé' específico para o robô".


Este mês de preparação inclui ainda melhorias de 'software' na posição em campo dos robôs, na tomada de decisão e, sobretudo, na estratégia para conseguir a cooperação real entre os robôs.


A competição terá lugar no Ice Ribbon, junto ao local que acolheu as Olimpíadas'2008.


"A organização escolheu universidades de referência no desenvolvimento de robótica e inteligência artificial, incluindo sete equipas de quatro países da Europa, e é uma grande honra e responsabilidade levarmos Portugal ao mais alto nível da investigação nesta área", diz o professor Fernando Ribeiro, que coordena a equipa lusa e o Laboratório de Automação e Robótica (LAR) da UMinho.


O responsável adianta que já houve provas com humanóides no formato 2x2 e 3x3, mas em 5x5 é inédito.


"Não podem ir os 10 robôs a um lance, exige boas estratégias e, por isso, chamaram-nos", explica.


Pela academia minhota, participam alunos de mestrado e doutoramento em Eletrónica Industrial, Mecatrónica e Mecânica.


A comunidade científica previa que em 2050 a melhor equipa de robôs futebolistas pudesse jogar com a seleção masculina campeã do mundo.


Para já, o talento dos robôs "equivalerá a crianças de 5 ou 6 anos", mas, com o desenvolvimento exponencial dos robôs humanóides e da inteligência artificial, aquela data poderá ser bastante antecipada.


O LAR-UMinho alia autonomia robótica, interação homem-máquina e aplicações sociais e industriais.


Nasceu em 1997 e já desenvolveu várias inovações robóticas ao longo dos anos, como o assistente doméstico Charmie, uma cadeira omnidirecional e um apanha-bolas de golfe.


No futebol robótico, o grupo foi pioneiro num dispositivo de chuto forte com eletro-íman, em algoritmos de localização do robô no campo e em estratégias de cooperação obrigatória entre robôs no jogo.


Pelos seus contributos na área, Fernando Ribeiro recebeu há dias o Gerhard Kraetzschmar Award, na RoboCup 2025. Também já recebeu a comenda da Ordem de Instrução Pública, pelo Presidente da República, em 2005.