O youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, revelou em entrevista ao programa Conversa com Bial que o caso de exploração infantil que mais o chocou durante a produção de seu vídeo viral sobre a “adultização” de menores nas redes sociais foi o de uma mãe que usava a própria filha para vender conteúdo sexμalizado na internet.
O vídeo, que já ultrapassou 50 milhões de visualizações, levou cerca de um ano para ser produzido e, segundo Felca, o processo foi emocionalmente exaustivo. “Eu não conseguia trabalhar por mais de 30 minutos seguidos”, confessou.
Questionado sobre as denúncias feitas em seu vídeo, que incluíram o influenciador Hytalo Santos — preso por exploração e exposição de menores —, Felca afirmou que o caso mais perturbador foi o da mãe. “O que desencadeou uma aversão extrema foi o caso que coloquei no vídeo, de uma mãe que produzia conteúdo sobre a própria filha. Ela criou um VIP, uma plataforma de conteúdo adulto da filha menor de idade. Essa mãe monetizava em cima da filha. A filha menor de idade fazendo dancinha. Ela a filmava tomando banho, sendo sexμalizada. Era a família por trás da sexμalização da filha para vender esse conteúdo e ganhar dinheiro”, relatou.
Repercussão e segurança
Sobre a prisão de Hytalo Santos, Felca se mostrou neutro, afirmando que “é a Justiça fazendo o trabalho dela”. Para ele, o maior impacto de seu vídeo foi o debate social gerado, levando famílias a assistirem juntas ao conteúdo e vítimas a buscarem ajuda. “Isso, para mim, é o que importa”, destacou.
Apesar da repercussão positiva e do papel que ele se propôs a cumprir, Felca revelou que tem recebido ameaças e precisou reforçar a própria segurança com seguranças e um carro blindado. Na última segunda-feira, um suspeito de fazer ameaças contra o youtuber pela internet foi preso em Olinda, Pernambuco.
A própria infância de Felca, segundo ele, foi o que o motivou a produzir o vídeo. Ele ressaltou a importância de dar voz às crianças, pois, “se ninguém dá voz a essa criança, ela cresce desamparada, sem perspectiva”.
A educadora e ativista Sheylli Caleffi, também convidada para o programa, reforçou a importância da privacidade infantil. Ela aconselhou aos pais que evitem publicar fotos de crianças sozinhas, lembrando que “o Instagram não é um álbum de fotos, é um local de comércio, tudo ali está para vender”.
Sem comentários:
Enviar um comentário