O Governo dos Estados Unidos anunciou ontem, (01/07) o encerramento definitivo das operações da Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que esteve activa desde 1961 e foi, durante muitos anos, a maior entidade mundial de ajuda humanitária. A decisão surge no seguimento do processo de desmantelamento iniciado em Fevereiro, sob a égide de cortes orçamentais rigorosos, e com a transferência total da assistência internacional para o controlo do Departamento de Estado norte-americano.
Marco Rubio, Secretário de Estado, referiu em comunicado que a USAID já não cumpria os seus propósitos desde o término da Guerra Fria, acusando a agência de manter uma rede de organizações não-governamentais dependentes dos fundos públicos americanos. Rubio sublinhou ainda que a nova política de ajuda externa irá privilegiar os interesses nacionais, limitando e direccionando o apoio financeiro no tempo e no espaço, evitando assim o financiamento a governos considerados falidos.
Esta decisão suscitou críticas veementes por parte de especialistas em ajuda internacional e organismos multilaterais, que alertam para a lacuna que ficará nos programas de saúde, educação e resposta a crises humanitárias. Um estudo recente do Instituto de Saúde Global de Barcelona revelou que os cortes na ajuda americana poderão resultar em mais de 14 milhões de mortes evitáveis até 2030, considerando a relevância da USAID na luta contra doenças como o HIV, malária e outras patologias tropicais.
A USAID foi criada pelo então presidente John F. Kennedy, com o objectivo de canalizar a ajuda externa para o desenvolvimento e assistência humanitária. O encerramento desta agência representa uma mudança histórica na política externa dos Estados Unidos, com impactos que poderão reverberar a nível global, sobretudo nos países mais vulneráveis.
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