No Estado de São Paulo, uma professora foi vítima de assédio por parte de um aluno de 14 anos no ensino fundamental. Ele respondeu a um vídeo de treino da vítima enviando uma foto íntima. A professora informou ao corpo pedagógico da Escola que adotou as medidas corretas, convocando o estudante e sua mãe para uma conversa sobre respeito e ética no ambiente digital. No entanto, o que deveria ser um momento de conscientização e responsabilização se transformou em mais um episódio de injustiça: em vez de repreender o filho, a mãe culpou a professora, afirmando que seus vídeos “instigavam o desejo dos alunos” e que ela era “muito bonita pra ser professora”.
A identidade da professora, do aluno, da mãe e da escola não pode ser revelada devido às normas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas o impacto desse caso precisa ser debatido.
O palestrante Fábio Flores comentou sobre o assunto em suas redes sociais. “Mais uma vez, vemos a triste realidade da culpabilização da vítima e a perpetuação da cultura do assédio. Não havia nada de inadequado nos vídeos da professora, nenhum comportamento provocativo. Mas, para essa mãe, bastava ser mulher para ser responsabilizada”.
Ele continuou: “Esse episódio reflete um problema estrutural grave: a normalização do assédio e a transferência da culpa para quem sofre a violência. O que essa criança aprendeu com a atitude da mãe? Que pode desrespeitar uma mulher sem consequências? Que sua ação não foi errada, mas sim “provocada” pela vítima? Se não ensinarmos desde cedo que o erro está no agressor, estaremos perpetuando um ciclo de impunidade e opressão”.
“O respeito NÃO é opcional. A ética NÃO é negociável. A escola fez sua parte, mas e a família? E a sociedade? Se não houver um posicionamento firme contra esse tipo de pensamento, estaremos formando uma geração que acredita que o problema nunca está em quem assedia, mas em quem é assediado”, finalizou ele.
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