O número de relatos de abusos sexuais cometidos pelo pianista João Pedro Coelho tem vindo a subir desde que a artista Liliana Cunha, que usa como nome artístico 'Tágide', veio a público para denunciar a agressão sexual que sofreu. A DJ revelou ao jornal Público que já recebeu cerca de uma centena de mensagens com queixas relativas ao músico e a outros nomes no ramo do jazz português.
'Tágide' conta que começou a trocar mensagens com João Pedro Coelho na primavera de 2023 e que o conheceu em maio do mesmo ano.
Uma noite, quando foi ao encontro de João Pedro Coelho, estabeleceram termos para se envolveram sexualmente, sendo um dos imperativos para Liliana Cunha o uso do preservativo. O pianista terá aceitado as condições, mas quebrado a regra.
Segundo a DJ, citada pelo Público, João Pedro Coelho pediu-lhe para se virar de costas durante o ato sexual e assim que o fez ele "tirou o preservativo e ejaculou".
O crime de retirar a protecção contra as doenças sexualmente transmissíveis sem consentimento do parceiro é punível como agressão sexual, desde 2020, em países como a Suíça, Países Baixos, Reino Unido, Alemanha e em alguns estados dos EUA. A prática é chamada de 'stealthing'.
Na quinta-feira, dezenas de pessoas protestaram à porta de um bar de jazz em Lisboa contra o assédio, enquanto decorria um concerto. Era esperado que João Pedro Coelho participasse, mas o músico decidiu não comparecer.
Entre as pessoas que participaram na manifestação estava uma jovem estudante de música que admitiu ter sido abordada pelo pianista quando tinha 14 anos.
O pianista de jazz está a ser acusado nas redes sociais de alegados crimes de assédio sexual contra ex-alunas, incluindo menores, que frequentaram o Hot Clube de Portugal, onde foi professor.
João Pedro Coelho negou todas as acusações. “Perante a divulgação duma acusação que me imputa a prática de factos, de cariz sexual, venho aqui afirmar a falsidade da mesma e reclamar a minha total inocência”, escreveu.
O Hot Club de Portugal, que reagiu no Instaram, garante que o músico “cessou funções como professor da escola no ano lectivo 2022/23, não sendo associado” e acrescentou que o “caso reportado não está relacionado com a instituição”.
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