Quando o tema é sexo muitos olham para os gemidos como uma espécie de medidor de prazer. Até porque estamos perante uma ideia muito associada aos filmes pornográficos e que cria a ideia, errada, de que quanto mais audível for o gemido, maior será o prazer. Por outro lado, os gemidos são muito associados às mulheres. O que pode levar a que muitos acreditem que homens que não gemem na cama não estão a ter prazer. Mas será mesmo assim?
Segundo o terapeuta sexual André Almeida, tudo está relacionado com a visão machista do sexo. “Como qualquer coisa na nossa sexualidade, o gemido também tem sua composição social. Ele ficou associado a uma demonstração de prazer mais feminina e, no imaginário machista, se o homem geme, pode estar a demonstrar pouca virilidade”, começa por dizer ao Pouca Vergonha. Ainda assim, o especialista assegura que tudo não passa de um mito. “Vocalizações espontâneas durante o sexo podem estar relacionadas com a actividade física do sexo, prazer e até dor. Não são indicadores de orientação sexual”, explica. Ou seja, os homens devem aproveitar o sexo ao máximo sem pensar que os gemidos são um sinal de uma menor virilidade. “Gemer espontaneamente não faz de ninguém nada. Muito pelo contrário, talvez possa até servir para sinalizar que os comportamentos da parceria estão a dar prazer”, acrescenta.
Gemido é sinónimo de prazer?
Por outro lado, será que os gemidos podem mesmo ser utilizados como um medidor dos níveis de prazer? “Se aprendeu que precisa de gemer para agradar ao parceiro(a) mesmo que não haja prazer, irá forçadamente gemer. Isso é muito visto em pessoas que aprenderam sexo com pornografia e com os seus gemidos encenados”, argumenta o terapeuta. “As pistas para o prazer podem ser diversas: expressões faciais, corporais, contracções, vocalizações, comunicação. Utilizar apenas um desses como pista maior é um erro. O mais eficiente é o diálogo. Conversar sobre o que gostou e não gostou”, termina
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