Já notaram que, na maioria das vezes, ninguém inveja aquilo que não esteja próximo?
Ninguém inveja o sucesso de Mick Jagger ou a fortuna de Bill Gates. O que se inveja mesmo é a grama do vizinho, sem nunca se importar o tanto que ele trabalha para deixá-la cada vez mais verde e aparada.
A inveja é um vício mesquinho e sórdido, onde o condenado não inveja o jantar de gala do diretor da penitenciária, mas sim a ração maior que seu companheiro de cela recebeu.
O vício é a muleta da humanidade.
O jogo, o sexo, a gula, a vaidade intensa, e até mesmo o trabalho - ou até a solidão -, são nocivos quando se tornam vícios, mas nenhum deles é mais destruidor e doloroso do que o vício da inveja.
O Facebook é o retrato nu e cru deste sentimento medíocre, perdendo apenas para o Instagram, o Império da Vaidade.
O sujeito coloca um anúncio para aulas de gaita, aí o que se vê são idiotas criticando o trabalho anunciado. A menina se declara ao pai, em agradecimento a tudo o que recebeu dele, porém é detonada por gente que a ofende com os piores adjetivos. O casal humilde faz uma festa ao filho, mas as pessoas zombam da decoração da festa. E por aí a coisa vai, num carrossel de ódio, inveja, raiva, mais ódio, mais inveja...e a eterna pergunta:
Qual o sentido desta merda?
Vivíamos tão bem sem isto num passado não tão distante, então por que raios nos deixamos nos viciar nisto agora?
Por que nos importa tanto quem (e quantos) curte ou não o que temos a dizer?
Quando se trata de política então, aí a coisa piora, pois é um festival ambidestro de arrogância, pretensão e estupidez sem fim e em mão dupla.
Vício terrível este tal de Facebook.
Curte-se o trabalho e a vida social de quem sequer sabe (ou se importa) sobre nossa existência, mas ignora-se a felicidade de um amigo próximo ou de um familiar.
Só um Rehab ou uma pane no sistema poderá nos salvar de tamanha mediocridade.
Éramos menos piores quando guardávamos toda nossa angústia, ódio e inveja apenas para nós, na escuridão de nosso quarto ou de nossa alma.
Agora, tudo está ainda mais exposto que o corpo da menina que sonha em ter atenção nas redes sociais.
Que Deus nos ajude a sair das garras do Mark e de nossa total, e já explícita, insignificância.
A Toca do Lobo
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