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Treze Moçambicanos Entre As 100 Pessoas Mais Influentes Da Lusofonia



Treze  moçambicanos integram a lista das 100 Personalidades Negras Mais Influentes da Lusofonia em 2022. O evento anual de apresentação da iniciativa aconteceu sábado, no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa.

Foram celebradas personalidades de diversas áreas de actuação, desde artistas, académicos, influenciadores digitais, desportistas, empreendedores, entre outros, que criam um impacto positivo e notável na sociedade, segundo a Bantumen, entidade organizadora.

Com efeito, os moçambicanos que ocupam o top-100 da lista são: Alcinda Panguane, Alcy Caluamba, Ell Puto, Jónia Presado, Lizette Chirrime, Marlene de Sousa, Marta Uetela, Mel Matsinhe, Nivaldo Thierry, Paulo Chibanga, Quito Tembe, Reinildo Mandava, Sebastião Coana.

A lista de homenageados foi apurada através de um sistema de votação que incluiu sete plataformas editoriais parceiras, com 74 jornalistas e produtores de conteúdo, em seis países diferentes. A lista final pode ser consultada no site Power List 100.


CONHEÇA A BREVE BRIOGRAFIA DOS DISTINGUIDOS

Alcinda Panguane

Nascida a 27 de Fevereiro de 1994, em Maputo, Alcinda é, actualmente, uma das pugilistas de maior destaque em Moçambique. Alcinda tem no seu currículo uma medalha de prata (69 kg) dos Jogos Africanos de Rabat 2019.

Eleita Atleta do Ano 2021, na Gala Nacional do Desporto, Alcinda Panguane chegou aos oitavos-de-final nos Jogos Olímpicos de Tóquio. É a primeira pugilista da África Austral a combater numa final de um Campeonato do Mundo de Boxe. O feito aconteceu em Maio de 2022, em Istambul (Turquia), tendo regressado para casa a com medalha de prata (70 kg) e 50 mil dólares de prémio.

A nível da região, Panguana venceu quase tudo, sendo, actualmente, campeã em título na sua categoria.

Também este ano, a jovem moçambicana foi porta-bandeira da delegação nacional na cerimónia de abertura dos Jogos da Commonwealth, em Birmingham (Reino Unido).


Alcy

Reconhecido pela Power List como uma das 100 Personalidades Negras Mais Influentes da Lusofonia em 2021, Alcides Caluamba, ou simplesmente Alcy, volta a figurar na edição da distinção de 2022. 

O jovem humorista, considerado o rei das paródias na internet, é formado em Engenharia Informática, na Índia.

Natural de Cuamba, cidade da província do Niassa, também é dançarino e designer gráfico. A sua carreira na área de produção audiovisual começou a ganhar destaque após dublar o trecho de uma entrevista que viralizou pelo país e por ter mobilizado apoio beneficente para o entrevistado, portador de uma deficiência. Desde então, os seus seguidores podem viver e reviver momentos engraçados nos seus perfis nas principais redes sociais.

Em 2019 foi o primeiro africano a participar do maior programa de TV de dança indiana, o Dance Plus 5.

É fundador e CEO da Alcy Media, empresa especializada em fotos, vídeos, produção, serviços electrónicos e formação em Filmmaker, localizada em Maputo.

O seu alcance e criatividade renderam-lhe um contrato com empresas de renome. Em 2021, a sua história tornou-se destaque na secção de interpretação de texto do Exame Nacional de Língua Portuguesa da décima classe, promovido pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.


Ellputo

Ellputo é o nome artístico de Etivaldo Joaquim, um dos produtores mais populares da música urbana contemporânea. O artista nasceu em Maputo, a 8 de Julho de 1989 e, além de produtor, é também rapper, empresário e co-fundador da Sameblood Productions.

A sua carreira artística começou em meados de 2001, quando tinha apenas 12 anos, tendo produzido o seu primeiro hit, Dinomite, em 2003, que viria a tornar-se num ponto de viragem do cenário hip hop moçambicano. 

Na mesma época, junto com o seu irmão Mic-B, fundou a Sameblood Productions, um dos maiores estúdios musicais do país e responsável pelos maiores sucessos do hip hop nacional e não só.

Em 2005, Ellputo teve um papel preponderante na produção do primeiro álbum do grupo 360 Graus, Selecção Nacional.

Desde então tem trabalhado com vários rappers e músicos nacionais e estrangeiros, como Dama do Bling, Trio Fam, Cold Man, Young Sixties, DRP, Elex, 9mm, Rage, 1st Class, Team Fresh, Simba, Hawaiu, entre outros.

Actualmente, Ellputo faz parte do grupo Young Sixties, com Hernâni da Silva e Lay Lizzy.

No dia 27 de Fevereiro de 2010, Ellputo recebeu o prémio de Melhor Produtor de Moçambique, atribuído pelo programa Impulso, da Rádio Cidade.

Ellputo também é responsável pelo surgimento de um novo grupo chamado “Dinheiro Limpo”.

Em 2021, lançou o afamado álbum Ellputology e, mais recentemente, o artista foi um dos nomes escolhidos para colaborar na coletânea “Prodigia-te”, do rapper Prodígio, dedicada a Moçambique.


Jónia

Jónia é uma empresária com 22 anos de experiência na condução de marcas, marketing de produto, relações públicas, assuntos corporativos, experiência e retenção do cliente, estratégias de cultura organizacional e pesquisa de mercado. 

Enquanto trabalhava para a MultiChoice, sob a sua gestão, a marca DStv ganhou 3 vezes o Prémio de Melhor Marca de Pay TV pela MMM e o Prémio Superbrand pela Superbrand entre 2013 e 2016, bem como criou e implementou o programa de Pós-venda “outbound” para melhorar o Jornada CX, reduzindo reclamações de clientes em 30%.

Jónia Presado maximiza a sua experiência como líder em estratégias eficazes para apoiar as áreas de negócios e melhorar o foco no cliente, a fim de ajudar as organizações a tornarem-se mais sustentáveis e eficientes.

 Fez parte do lançamento da GOt Mozambique em 2016, que sob a sua gestão, tornou-se a marca número 1 em notoriedade na categoria de TV por subscrição e a segunda marca mais visível no mercado.

Em 2018, criou e implementou o projecto de mudança de cultura organizacional na MultiChoice Moçambique. Fundou o BancABC TalkHour Live, num evento virtual sob o lema “O Outro Prisma da Pandemia” . 

No seu palmarés inscreve-se o Prémio Outstanding Community & Social Responsibility Initiatives, pela African Silent Heroes Foundation em 2021.


Lizete Chirrime

Lizette Chirrime nasceu em Maputo, em 1973. É uma artista têxtil moçambicana, autodidata e que canaliza os seus traumas e desejos através da sua arte. As suas obras, que utilizam essencialmente retalhos de tecidos, comunicam a beleza da simplicidade e a divindade do ser africano, com base na Feminilidade, Terra-Mãe, amor, grandiosidade e espiritualidade.

No início dos anos 2000, começou a trabalhar com materiais recuperados em sucatas, porque precisava criar uma boneca de têxteis em uma noite. 

Em 2004 foi convidada a participar na sua primeira exposição individual no país e em 2005 aceitou uma residência artística de três meses no Greatmore Studios na Cidade do Cabo, África do Sul, onde ficou a viver vários anos.

Em 2021 regressou ao seu país, onde agora vive e continua a criar. A sua primeira exposição em território nacional foi “O Livro de Ndimande” e “Oferenda”, uma homenagem ao pai e à mãe, respectivamente. A partir de texto da própria artista, “O Livro de Ndimande” reflecte o seu percurso (foi rejeitada pela família paterna, maltratada e marginalizada), marcado pelos valores culturais da sociedade de que Lizette Chirrime é oriunda.

A segunda parte, de homenagem à mãe, trata-se de “uma obra de conexão e partilha”, desenvolvida numa altura em que a artista vivia um período difícil, em termos de saúde, com “dores insuportáveis dia após dia”. Por iniciativa de uma “irmã” amiga, Tana, um grupo de mulheres decidiu organizar ciclos de costura, produzindo uma colcha de retalhos, que foi crescendo ao longo de vários meses. No final, esses círculos reuniram mais de 68 mulheres, de todas as idades e classes sociais.

Com exposições em diferentes países, em eventos de renome internacional, destacam-se o Centro Cultural Brasil-Moçambique, em Moçambique; a Morton Fine Art, em Washington DC, nos EUA; Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco, em Portugal; Galeria Banco Económico, em Angola; 1:54 – Contemporary African Art Fair, em Inglaterra; e Cape Town Art Fair, na África do Sul.


Marlene de Sousa

Marlene de Sousa é licenciada em Relações Internacionais com pós-graduação em Gestão de Recursos Humanos pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa. Fez, ainda, uma pós-graduação em Direitos Humanos na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Mestrado em Políticas de Desenvolvimento de Recursos Humanos na Universidade de Lisboa. 

Marlene de Sousa é fundadora da primeira Associação de Recursos Humanos de Moçambique, tendo desempenhado a função de Presidente da Assembleia Geral de 2018 a 2020. 

É também professora na área de Recursos Humanos, fundadora do Fórum RH Moçambique, Angola e Cabo Verde e fundadora do Mozambique Marketing Summit. Estes eventos são um ponto de encontro anual de referência dos profissionais do sector dos recursos humanos, com o objectivo de reunir toda a comunidade de profissionais, promovendo debates sobre temas relevantes na área de gestão de pessoas, bem como trazer soluções e novas abordagens profissionais, focados na excelência de implementação das melhores práticas.

De Sousa é autora do e-book “Mundo RH em Moçambique − As Pessoas e as Suas Histórias”, uma coletânea de histórias sobre gestão de Recursos Humanos no país (Editora RH, 2020).

Especialista em Recursos Humanos, Marlene de Sousa é ainda fundadora da ATITTUDE – empresa Moçambicana de Consultoria de Recursos Humanos – e da Cimeira Lusófona de Liderança. Criou em 2020 o primeiro Directório de Recursos Humanos a nível da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa, que conta com informação sobre empresas, formações, eventos e consultores de Recursos Humanos nestes países. Fundou recentemente o HR Fórum África, conferência de Recursos Humanos no continente.


Marta Uetela

Aos 26 anos, Marta Vânia Uetela é empreendedora e fundadora da startup BioMec, que fabrica próteses mecânicas, tendo como base a reciclagem de plásticos retirados dos mares, e que participou com destaque na edição de 2020 do ClimateLaunchPad (CLP).

A 3 de Setembro de 2021, a falecida Rainha de Inglaterra Elizabeth II reconheceu Marta Uetela como o 193.º Ponto de Luz da Commonwealth em honra do seu excepcional serviço voluntário, desenvolvendo uma prótese feita a partir de plásticos reciclados para beneficiar de forma sustentável pessoas com deficiência.

O objectivo de Marta é apresentar próteses de alta performance a custo controlado, mantendo sempre uma especial atenção à questão ambiental, estéctica e com um curto período de tempo de desenvolvimento.

Na prática, as redes e garrafas plásticas são limpas, trituradas e depois colocadas numa máquina de granular, que produz pequenas bolas de material prensadas numa forma de aço. São necessárias seis garrafas PET e 2 m2 de redes para fazer uma prótese para quem tenha sofrido uma amputação transtibial (abaixo do joelho).  Depois de finalizadas, as próteses custam cerca de 3.600 meticais.

O slogan da startup é “Do mar para a rua”.

A BioMec já foi considerada a segunda melhor startup criativa em África e entrou para o Top 16 mundial no ClimateLaunchPad, a maior competição de negócios verdes a nível global.


Mel Matsinhe

Natural de Inhambane, Mel Matsinhe é formada em Pedagogia Musical e Performance de Piano em Cuba, na Escuela Nacional de Música de Havana, e tem mestrado em História e Musicologia pela Universidade de Oslo, na Noruega.

É uma influente activista social e empreendedora, dedicada sobretudo à implementação de componentes artísticas na Educação, com foco em crianças portadoras do espectro autista. 

A artista apresenta-se a solo, piano e voz, explorando a combinação entre as raízes e línguas nativas do país com influências latinas, do jazz e da música clássica, procurando atravessar as barreiras geográficas, temporais e culturais.

Em 2013, Mel fundou a Escola de Artes Xiluva, um estabelecimento criado com o foco no ensino vocacional de música e outras artes.

Desde 2016 é directora do “Njinguirintana”, Festival da Criança de Moçambique, e do Concurso Infantil de Literatura “Flores que Nunca Murcham”.

Com a editora Fundza lançou o livro infantil “O tambor de Nacito”, em 2020.

Este ano, na 18.ª edição de Ségou’ Art – Festival sur le Niger, no Mali, Mel representou a Lusofonia ao ser seleccionada para juntar-se à banda Kôré Yeelen, do Centro Cultural do Kôré.

Actualmente, é vice-presidente da organização Continental Arterial Network, com sede em Abidjan, Costa de Marfim.

As várias iniciativas de Mel têm por base a liberdade da criança de ser e criar, com especial atenção nas crianças portadoras do espectro autista, procurando deixar um legado que dê continuidade à grandeza dos africanos e que um dia as suas crianças possam dizer “foi a professora Mel que me ensinou e me mostrou as luzes”.


Nivaldo  Thierry

Estilista de Maputo, representante do país nas passarelas internacionais, há mais de uma década que se dedica ao desenho das colecções que compõe, mesclando tecidos clássicos com a tradicional capulana.


Inspirado pela mãe, desde muito cedo interessou-se por moda. A convivência com os tecidos, com as linhas e com a arte da costura despertou no artista um talento que superou a expectativa dos que o acompanharam.

Em 2008 fez a sua primeira aparição com uma colecção feminina na semana de moda moçambicana, o maior e mais destacado evento do segmento, denominado Mozambique Fashion Week, em parceria com o colega e estilista Alberto Tinga. Na edição seguinte, apresentou uma colecção solo direcionada ao público masculino.

Participou de edições da Angola Fashion Week, Benguela Fashion Week, Cameroon Fashion Week, Feira Internacional de Lisboa, Riccione Moda Itália, Paris Fashion Day, Lisboa Design Show e Africa Fashion Week London.

Em 2018 foi eleito Melhor Young Designer de África pela World Fashion Organization, a maior entidade regente da moda no mundo. No ano seguinte, foi agraciado pela Associação Kulungwana e Mozal com o título de Designer do Ano.

Em 2021 lançou a colecção de chapéus Nivaldo Thierry, intitulada 1975, em alusão ao ano da independência nacional.

Com percurso sustentável gradual no mercado, o seu trabalho reflecte sobretudo criações de roupas, capas, carteiras, cintos, lenços, máscaras, chinelos, bonés e chapéus que fazem parte do quotidiano da Pérola do Índico.

No mês passado, representou Moçambique no Rhythms On Da Runway, no Gana. A iniciativa é a maior celebração anual de música e moda daquele país africano. Este mês, o estilista apresenta-se na Dakar Fashion Week, no Senegal.


Paulo Chibanga

Estudou B.Tech em Arquitetura na Technikon Witwatersrand, Universidade em Joanesburgo, África do Sul. O seu percurso artístico tem mais de 15 anos, tendo começado nas Bandas 340 ml e Tumi and The Volume. 

Gestor criativo e empresário, Paulo Chibanga é sobretudo um investidor cultural. Dirige a Khuzula Investment, empresa focada em eventos, comunicação, distribuição digital e edição de livros.

É criador da X-Hub – Incubadora de negócios criativos, iniciativa concebida pela equipa da Khuzula durante a pandemia e a primeira do género em países lusófonos africanos.

Com foco em incubar startups, negócios criativos moçambicanos e facilitar a profissionalização e o acesso ao mercado por meio de assessoria e capacitação, o projecto faz parte do Sound Connects Fund, implementado pelo The Music In Africa Foundation (MIAF), em parceria com o Goethe-Institut e viabilizado com financiamento dos ACP-EU Programa Cultura.

Está por trás do mais conceituado festival internacional de artes em Moçambique, o Festival Azgo, uma celebração contemporânea com uma programação diversificada de música, cinema e dança com origens em diversos pontos do continente africano. A celebrar a sua décima edição em 2023, o Azgo é actualmente uma referência no país.

Também concebeu a Modigi, principal empresa moçambicana de distribuição de música e vídeos, especializada em licenciamento, distribuição de conteúdos, marketing e vendas, direcionada a artistas, produtores e gravadoras independentes. Como representante da The Orchard, subsidiária integral da Sony Music Entertainment, conta com mais de cinco mil músicas e 400 artistas moçambicanos, além de conteúdos de humor produzidos por influencers do país.

É country manager e acionista da Enserve Moçambique, empresa de manutenção industrial focada em soluções para a contenção de líquidos e gases nos Sectores de Utilities, Petroquímica, Alimentos, Bebidas e Mineração. É membro do conselho da AIMO – Associação Industrial de Moçambique. A título de curiosidade, Paulo é também sobrinho de um dos mais prestigiados toureiros em Portugal, Ricardo Chibanga (1942-2019).

Quito Tembe

Nascido em Maputo, Quito Tembe é formado em Administração, licenciado em Gestão Artística e Cultural e Estudos Culturais.  

Ensina design de luz na ECA – Universidade Eduardo Modlane, UEM, e iniciou carreira como dançarino e actor de teatro, quando se interessou pelos aspectos técnicos do trabalho de palco e aprofundou os seus estudos em cenografia e iluminação. Colaborou com mais de 50 produções, incluindo filmes internacionais, bem como produções de dança e performance.

Trabalhou como light designer no Centro Cultural Francês Moçambicano entre 2001 e 2007, onde foi responsável pela criação e implementação de projectos artísticos locais e internacionais.

É director da Plataforma Internacional de Dança Contemporânea Kinani, com sede em Maputo. A iniciativa promove a dança e forma jovens coreógrafos, além de utilizar como espaços não só os teatros da cidade como também edifícios abandonados. Desde 2005 realiza o Festival Internacional de Dança Contemporânea Kinani. O espaço foi o escolhido para receber a Biennale de la Danse en Afrique – Maputo 2023.

Foi co-curador do Festival Afro-Vibes 2021, em Amsterdão, e director artístico membro do Festival Danse l’Afrique, em Marrakech. Também criou um dos maiores festivais de rua, a Aldeia Cultural e o projecto de arte contemporânea Tridisciplinar. 

No mesmo ano, foi nomeado um dos quatro novos curadores associados da International Tanzmesse, plataforma alemã referência na dança contemporânea, conhecida como um dos maiores fóruns de troca, transferência de conhecimento e networking do segmento.

Actualmente, está envolvido no desenvolvimento de circuitos artísticos no continente africano e, a nível nacional, na colaboração entre plataformas e festivais por meio da Othàma. O seu trabalho de programação e curadoria inclui o desenvolvimento de circuitos turísticos regionais da África Meridional e plataformas locais.

Reinildo Mandava

Nomeado uma das 100 personalidades mais influentes da lusofonia pela Power List 100 em 2021, é um futebolista que actua como lateral-esquerdo do Atlético de Madrid, com contrato até 2025. 


Natural de Beira, capital da província de Sofala, estreou-se profissionalmente em 2012, no Ferroviário da Beira, onde venceu duas vezes a Taça de Moçambique, 2013 e 2014. 

O irmão, Valter Mandava, também foi seu companheiro de profissão no Ferroviário da Beira.

Em Dezembro de 2015 deixou o Moçambola (nome da maior competição de futebol do país) para assinar com o Sport Lisboa e Benfica de Portugal. Dois anos depois, foi emprestado para Fafe e o Sporting da Covilhã. Também defendeu o Belenenses SAD em 16 partidas da temporada 2018-2019.

Pela Seleção Nacional de Futebol, o jogador fez sua estreia em 2014. Desde então, foram 23 partidas e dois golos, sendo vice-campeão da Copa COSAFA, em 2015.


Na equipe francesa LOSC Lille, actuou em três jogos. Em Maio de 2019, os Dogues Football oficializaram sua contratação como lateral-esquerdo. Integrou a equipa campeã francesa em 2020-2021 e da Supercopa da França. À época, recebeu o título de melhor lateral-esquerdo, com 29 jogos e 25 titularidades.

Aos 28 anos, é um dos poucos jogadores moçambicanos a construir uma carreira de sucesso e de reconhecimento internacional, chegando a valer quase nove milhões de euros.   

Sebastião Coana

Artista plástico contemporâneo, nascido no distrito de Manhiça, província de Maputo, realiza uma variedade de trabalhos criativos, incluindo instalações culturais, artes de rua e pinturas a óleo.

É graduado em Arquitetura e Desenho pela Academia Central de Belas Artes da China (CAFA), e mestre em Finanças Internacionais pela Universidade de Negócios Internacionais e Economia de Beijing (UIBE), em Pequim.

Resultado da sua vivência numa comunidade subdesenvolvida, fortemente afectada pela Guerra Civil, tornou-se num verdadeiro humanista. Hoje, apoia de forma voluntária e sistemática a reconstrução da comunidade onde nasceu, canalizando parte dos seus rendimentos para minorar o sofrimento dos residentes locais.

Descobriu o seu talento no domínio artístico em 1995. Cinco anos mais tarde, juntou-se ao programa juvenil de arte do Museu Nacional de Artes, em Maputo. As suas pinturas e murais de rua estão em várias colecções públicas e privadas de Moçambique e em mais de 25 países, como Pequim, Nova Iorque, África do Sul e Finlândia. 

A sua primeira participação artística aconteceu no Expo Annual Musart 2002, do National Art Museum, em Maputo. Depois vieram Symphony of Cultures- Kempinski hotel, Beijing, China (2015); Annual Expo National Museum of Arts Maputo (2017); Expo Transcending, Maputo (2019); Live art painting em apoio às vítimas do terrorismo em Cabo Delgado e curadoria da Expo KuImbondi, na Galeria Porto de Maputo (2020); entre outros.

Em 2016 criou uma plataforma com vista a impulsionar o desenvolvimento pessoal e reintegração social de jovens por meio da arte, garantindo inclusão e geração de renda para artistas e amantes de arte.

Recebeu os prémios StartUpper of the Year pelo Total Moçambique (2019); o All Africa Top Innovator of Climate Action Sustainability Challenge pelo AbinBev – South Africa (2018); Entrepreneur of the Year ANJE pelo Banco Comercial e de Investimentos (2017); Unesco Art on Human Rights pela Unesco Mozambique Headquarters (2004); entre outras distinções.

As suas recentes obras incluem o History of Matola, arte mural com mais de 50 metros de largura para o recém-construído edifício municipal da Matola, e artes murais para o projecto Bring Back Maputo, um quarteirão de 3000 m² com uma série de obras de arte que tornaram o distrito de luz vermelha numa nova zona de turismo.

De Março a Junho realizou sua própria exposição no Balcão Premier do Absa Bank Moçambique. A iniciativa integra um movimento ecológico a fim de sensibilizar e incentivar a sociedade a utilizar de forma racional os resíduos sólidos por meio do seu reaproveitamento.