Transpondo violentamente o cérebro, retirando as células cinzentas nele contido, uma Azagaia se apresentou em Moçambique firme e ousada.
Aos governantes fez um desafio para braço de ferro de ideias, foi respondido com musculatura e ameaças daquele metal reluzente e gélido que em Cabo Delgado faz púumm.....
Não tem estatuto para ir a cripta dos deuses da história de Moz, mas o tempo vai conduzí-lo nas asas do vento da memória do próximo século, enquanto que os ditos heróis domésticos ficarão apenas pela fragrância floral dos feriados nacionais.
O regime que se gaba cinquentenário, de meio século andando sobre as cabeças de um povo iludido pelo ópio duma independência simbólica, não tardará a constar nos livros pela sua incomparável habilidade de comer as tripas do povo que se diziam defensores; os seus netos verão, como um filme de terror, as estátuas dos avôs tombarem pela força de caterpilares, cordas e gruas da juventude herdeira da história dos deserdados da independência.
Chegará um tempo que vão perguntar, nos exames de história, qual é a data da independência e os miúdos procurarão no Google, mas estarão com uma bóina à cabeça com a face de Azagaia e um pneu a arder como logotipo.
Venâncio Mondlane
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