Tang Lu foi condenado à morte após o tribunal da minoria étnica tibetana de Aba e Qiang, na China, o ter considerado culpado pelo homicídio da ex-mulher enquanto esta fazia um direto nas redes sociais, em Setembro de 2021.
O homem, de nacionalidade chinesa, despejou gasolina em cima da mulher, pegando-lhe fogo de seguida.
O tribunal culpou Tang de homicídio doloso, sublinhando que o método utilizado pelo agressor era "extremamente cruel", o impacto social era "extremamente mau" e o crime era "extremamente grave".
A vítima partilhava o seu quotidiano familiar com milhares de seguidores na versão chinesa da rede TikTok, mas nenhum sinal indicava que sofria de violência às mãos do marido.
O caso de Lhamo suscitou o debate sobre a violência doméstica na China, com as falhas constantes na protecção das vítimas.
De acordo com o jornal The Guardian, a mulher encontrava-se a fazer uma transmissão em direto da cozinha do pai quando um homem entrou na divisão. De seguida, o ecrã ficou todo escuro e as pessoas que assistiam ao direto ouviram a mulher a gritar.
A irmã de Lhamo, Dolma, encontrou a vítima internada na unidade de cuidados intensivos do hospital de Aba e com queimaduras em 90% do corpo. A mulher foi depois transferida para Sichuan. A família organizou um peditório para angariar dinheiro para os tratamentos, mas Lhamo viria a morrer.
A história não foi, no entanto esquecida. O movimento #LhamoAct espalhou-se rapidamente pela internet, apelando à criação de leis que permitissem o divórcio automático às vítimas de violência doméstica. No entanto, o movimento acabou por ser bloqueado pela censura, segundo avança o jornal britânico.
Dolma revelou que o ex-marido da irmã estava já notificado pela polícia, uma vez que as agressões eram recorrentes desde a altura do casamento, quando a mulher tinha apenas 17 anos.
Lhamo separou-se em março de 2020, mas voltou a casar-se com Tang após ameaças do marido aos filhos. A violência continuou e a mulher voltou a pedir o divórcio, tendo-se escondido com a família. O inferno continuou para Lamu, cuja irmã chegou também a ser agredida.
O agressor ficou com a custódia dos filhos após um tribunal local ter concedido o divórcio.
O crime viria a aconteceu em Setembro de 2020.
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