Malásia: Primeiro-Ministro Demite-se Por Falta De Apoio


Muhyiddin Yassin apresentou nesta segunda-feira (16.08) a demissão, pressionado pela crise política que o país atravessa há um ano e diante das crescentes críticas pela gestão contra a pandemia de Covid-19.

Yassin apresentou a renúncia ao rei Abdullah de Pahang, que aceitou o pedido, mas nomeou-o primeiro-ministro interino até que um dos possíveis candidatos para o suceder obtenha o apoio maioritário do Parlamento. Contudo, o chefe de Estado, um posto rotativo entre os sultões malaios, indicou em comunicado que não é altura de realizar eleições antecipadas devido à forte vaga atual de Covid-19.

Em discurso à nação, o agora mandatário interino culpou a sua queda nos "partidos gananciosos em busca do poder" e "cleptocratas", garantindo que fez tudo o possível para liderar o país durante a crise "económica e sanitária sem precedentes".

O político malaio, que assumiu o cargo em março de 2020, demonstrou ser um sobrevivente durante os 17 meses que permaneceu no cargo e, em várias ocasiões, conseguiu manter o poder e sair vitorioso no último instante perante vários impulsos lançados pela oposição. No início de agosto, o partido Organização Nacional dos Malaios Unidos (UMNO, na sigla em inglês), encurralado por acusações de corrupção contra os principais líderes, retirou publicamente o apoio ao governo, que se manteve numa minoria óbvia.