OMS Anuncia Erradicação Da Malária Na China

A China conseguiu erradicar a malária, depois de 70 anos a tentar suprimir a doença, transmitida por mosquitos e que mata centenas de milhares de pessoas todos os anos, anunciou ontem a Organização Mundial da Saúde.


O país, que tinha 30 milhões de casos anuais na década de 40 do século passado, não registou um único caso local, nos últimos quatro anos.

China erradica malária depois de 70 anos de luta contra a doença

Esta doença, transmitida pelo mosquito Anopheles, matou mais de 400 mil pessoas, em 2019, sobretudo em África.


“Felicitamos o povo chinês por ter livrado o país da malária”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.


“A China junta-se ao número crescente de países que mostram que um futuro sem malária é possível”, apontou o responsável, que atribuiu o êxito chinês a “décadas de ação focada e sustentada”.


Os países que registaram três anos consecutivos sem transmissão local podem inscrever-se para obter a certificação da OMS que valida o seu estatuto de nação livre da malária.


O pedido de certificação deve ser acompanhado com provas dos resultados, e demonstrar a capacidade de prevenir qualquer transmissão posterior.


“A capacidade da China de se aventurar fora do caminho tradicional foi bem-sucedida na sua luta contra a malária e também teve um importante efeito dominó a nível global”, disse o diretor do programa global de malária da OMS, Pedro Alonso.


Depois de quatro anos sem contaminação local, Pequim candidatou-se à certificação, em 2020.


O risco de casos importados, especialmente dos vizinhos Laos, Myanmar (antiga Birmânia) e Vietname, continua a ser uma fonte de preocupação.


Uma vacina, anunciada no final de Abril pela Universidade de Oxford, demonstrou uma eficácia de 77% em testes em África. Esta inoculação poderá ser aprovada nos próximos dois anos.