Preso no RS é Alvo de Operação Contra Golpe do Falso Delegado no DF




As investigações sobre o golpe do falso advogado que fez vítimas do Distrito Federal apontaram para um preso numa cadeia no Rio Grande do Sul como o principal suspeito por comandar o esquema criminoso. Durante meses a polícia investigou o grupo, que utilizava as redes sociais para atrair pessoas que, mais tarde, seriam coagidas a fazerem transferências bancárias.


O caso foi acompanhado pela 35ª Delegacia de Polícia de Sobradinho II, em que o delegado-chefe, Ricardo Viana, teve a imagem usada, além de um homem se passar pelo agente para dar ares de veracidade a uma denúncia inexistente. Os envolvidos no golpe podem responder pelos crimes de extorsão, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de capitais.


A Operação Falso Delegado foi realizada na quarta-feira pela 35ª DP, em conjunto com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul. As investigações apontaram o mesmo modo de agir do grupo. Tudo começava com contato com as vítimas através de redes sociais. Em geral, eram pessoas que residem no Distrito Federal, principalmente na região de Sobradinho.


Deste contato, havia uma aproximação, com troca de mensagens de cunho afetivo e criação e manutenção de vínculo de confiança. A partir dessa relação mais próxima, as conversas passavam a ser realizadas em aplicativo de mensagens. Não houve registro de troca de imagens íntimas, segundo a polícia.


A coação acontecia a partir do momento em que os criminosos conseguiam o número de telefone da vítima. Através de ligações e mensagens, os golpistas se passavam pelo delegado Ricardo Viana. Para dar ares de veracidade, utilizavam, indevidamente, fotografia do delegado-chefe da 35ª DP e imagens da fachada da unidade policial e, nas ligações, apresentavam-se como o agente.


Nessas ligações telefônicas, as vítimas acreditavam falar com o delegado. O golpista afirmava que o motivo do contato se dava a partir de uma denúncia. Criava-se, então, a história de que a pessoa que se aproximou da vítima por meio de rede social, na verdade, seria menor de idade e que os pais da jovem teriam registrado ocorrências policiais denunciando esse contato.


Dada a gravidade, os autores faziam ameaças de prisão em flagrante, que só não seriam cumpridas se fossem realizadas transferências de valores em dinheiro por meio de transações bancárias. Até o momento, a polícia estima um prejuízo de aproximadamente R$ 27 mil.


Ligações do Rio Grande do Sul

O esquema para a aplicação dos golpes era operado a partir do interior do Presídio de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, identificou a polícia durante os meses de investigação. O principal suspeito, um homem de 37 anos, já está preso na unidade e possui antecedentes criminais por roubo.


Durante a operação na quarta-feira, foram cumpridos mandados de busca neste presídio, na unidade onde está o investigado, além de endereços em outras duas cidades gaúchas. Ainda foram identificadas e ouvidas outras pessoas que receberam valores provenientes do golpe.


Ao menos quatro vítimas foram identificadas no Distrito Federal, e Polícia Civil não descarta a existência de outras.