"Parem De Instrumentalizar A Dor Pela Fama Vazia: Reflexão Urgente" - Célyah Magaia



É hora de confrontar a postura que alguns artistas moçambicanos têm adotado, esquecendo princípios básicos de ética e moral que deveriam orientar qualquer cidadão. O talento que deveria inspirar está, muitas vezes, a ser ofuscado por atitudes negligentes e irresponsáveis.

A estratégia tóxica que desonra

Temos assistido ao uso da televisão e de plataformas públicas para:

Expor a intimidade alheia
Quando um artista expõe a mulher com quem partilhou a vida e que é mãe dos seus filhos, revelando defeitos e fragilidades em público, ignora-se o impacto emocional nos filhos e na própria mulher.

Disfarçar difamação de “marketing”
Se o objetivo é gerar engajamento, o resultado é negativo. É deselegante, prejudica a imagem pessoal e mancha toda a classe artística. A arte é nobre; a difamação é mesquinha.

O caso Diva Mass e a responsabilidade do artista Rui Michel

O programa Show do Fred serviu como um exemplo doloroso.
Diva Mass, apesar de reconhecer o seu talento — uma artista que, com a devida orientação, pode ir longe (opinião pessoal) —, não merecia a exposição e humilhação sofridas em direto. Mulher nenhuma merece isso.

O comportamento de Rui Michel foi lamentável enquanto pessoa, artista e homem. Apesar do respeito pela sua trajetória profissional, a atitude recente demonstra uma clara falta de sensibilidade e responsabilidade moral.

Quando a toxicidade contamina o meio artístico

Os escândalos que se seguiram, incluindo o envolvimento de Diva Mass em novas polémicas, refletem como relações tóxicas acabam por contaminar todo o meio artístico, desviando o foco do trabalho e da criatividade.

Importa lembrar que esses comportamentos não surgiram agora. Houve relação, casamento e filhos. O padrão já existia e foi aceite durante anos. Questiona-se, então, por que motivo hoje surge a coragem de expor e humilhar em público aquilo que antes foi tolerado em privado.

Artistas são referências para multidões. Não façam do palco um espaço de destruição pessoal.

Apelo à consciência

A nossa responsabilidade é ser faróis de inspiração. O verdadeiro artista não precisa destruir ninguém para construir o seu sucesso. Devemos apostar na excelência, não no escândalo.

Em suma:
Artistas, é tempo de voltar aos princípios. O público e a arte merecem o nosso melhor — não o nosso lado mais irresponsável.