Talvez porque venho de uma família muito conservadora, ainda fico escandalizado por algumas coisas que vocês consideram modernas. Há modernismo que não cabe na minha cabeça.
Até o ano 2000 no meu pacato bairro 7 de Abril em Gondola ainda era um "escândalo" o simples facto de uma mulher vestir-se de calças. Calças eram apenas para homens. A mulher naquela altura vestia-se, para além de vestidos, de saias. Apenas isso. Antes do vestido ou saia, estava lá a meia-saia. Depois do vestido ou saia, vinha ainda a capulana. O normal era portar em simultâneo quatro peças: calcinha, meia-saia, saia e capulana.
Só o facto dela usar calças era sinónimo de malcriadez. Associava-se também à bandidagem. "Mwanakadzi kussimira macaraçau, mancriado", que traduzido quer dizer "mulher vestir-se de calças é malcriada", era a canção que ecoava no bairro quando fosse vista uma mulher trajada de calças.
Mas hoje em dia isso o uso de calças nas mulheres tornou-se tão comum, mas tão comum que até o próprio homem quer se tornar mulher. Sim, isso mesmo, "quer levar invés de dar".
O caso mais recente é do sul-africano Nkululeko Dlamini, o treinador físico, o mestre de "ginástica aeróbica", o verdadeiro exemplo de "senhoras e senhores" numa única pessoa.
Quer dizer, é tão bom à ginástica que acabou ganhando atributos físicos femininos. Tem agora rabo de dar e vender, e mesmo assim, sobrar.
É essa figura que escandaliza a minha mente que estará na maior e mais antiga instituição de ensino superior do país, a exibir seus dotes.
A minha pergunta é: será isso prioridade para o país?
Claro que não, mas é isso que gostam. Já esteve aqui a Zodwa, uma especialista em exibir nudez e a acolhemos com agrado. Gostamos.
PS: Chamem-me gajo antigo, mas há modernismo que eu não aprecio.

Sem comentários:
Enviar um comentário