A cineasta, diretora e produtora paulista Joyce Prado, um dos nomes mais importantes do audiovisual negro brasileiro, morreu nesta quinta-feira (11), aos 38 anos. Formada em Rádio e TV, Joyce construiu uma trajetória marcante ao dedicar sua obra à história da população preta, à ancestralidade e à diáspora africana. A causa da morte não foi divulgada.
A notícia gerou grande comoção no meio artístico e cultural. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, lamentou profundamente a perda, ressaltando a contribuição da diretora — que também integrava o Conselho Superior do Cinema — para a cultura brasileira. “O audiovisual brasileiro perde um de seus talentos muito cedo. Joyce foi a diretora do meu clipe Terra Aféfé e, através de seu olhar cuidadoso, criativo e sensível, eternizou uma música muito especial para mim”, escreveu a ministra nas redes sociais.
Um legado essencial para o audiovisual afro-brasileiro
Joyce Prado atuava como diretora, roteirista e produtora. Fundadora da Oxalá Produções, empresa dedicada à criação de conteúdos que valorizam a cultura afro-brasileira, ela conquistou reconhecimento nacional e internacional por sua sensibilidade artística e compromisso com narrativas potentes sobre identidade e memória negra.
Entre suas obras mais marcantes estão:
- Chico Rei Entre Nós — seu longa-metragem mais conhecido, que revisita a história de um rei congolês escravizado no Brasil e sua luta pela liberdade de seu povo.
- Colaborações musicais — foi responsável pela identidade visual da cantora Luedji Luna e dirigiu videoclipes como 3 Marias e Banho de Folhas, além do documentário musical Memórias de Um Corpo no Mundo (2018).
- Séries e interprogramas — dirigiu produções como The Beat Diaspora, AM/FM e Cartas de Maio, além do interprograma Nós, Mulheres.
Reconhecida por seu olhar sensível, criativo e profundamente comprometido com a valorização da cultura negra, Joyce Prado deixa um legado inestimável para o cinema e para a arte brasileira. Sua partida precoce representa uma perda irreparável para o audiovisual nacional, mas sua obra continuará ecoando por gerações.

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