A jornalista e defensora dos direitos humanos, Milda Langa, recorreu à sua página do Facebook para manifestar um forte repúdio contra a proposta do Governo moçambicano de aplicar IVA às transações realizadas através de carteiras móveis, como M-Pesa, e-Mola e Mkhesh — plataformas amplamente utilizadas por milhões de cidadãos em todo o país.
Na sua publicação, Langa critica duramente a medida, afirmando que o Governo “volta a apontar o dedo ao bolso do povo”, numa altura em que a maioria da população depende de pequenas transações para sobreviver.
Segundo ela, “num país onde o salário mínimo não acompanha o custo de vida e onde até o pão diário pesa no orçamento, esta proposta é mais do que um simples ajuste fiscal: é um ataque directo à sobrevivência do povo”.
A jornalista lembra que a economia informal sustenta grande parte do país, e que penalizar as carteiras móveis significa punir directamente o pequeno vendedor, a mãe que envia 50 meticais ao filho, o jovem que faz biscates e a avó que depende da ajuda familiar.
Langa sublinha ainda que muitos moçambicanos fazem fila para carregar apenas 10 ou 20 meticais, “porque é tudo o que têm”, e acrescenta que, enquanto isso, a corrupção continua a drenar milhões dos cofres do Estado sem responsabilização efectiva.
“O Governo prefere buscar receitas no bolso do cidadão comum, em vez de travar os verdadeiros sangradores do Estado”, escreveu.
Ao finalizar, Milda Langa classifica a proposta como “injusta, desumana e socialmente irresponsável”, apelando à rejeição total da medida:
“Moçambique precisa de políticas que aliviem o povo, não que o esmaguem.
Não ao IVA nas carteiras móveis.
Não ao empobrecimento institucionalizado.
Sim a um Estado que protege, não que castiga.
Não! Basta de roubo legalizado!”

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