Surpresa no Testamento de Francisco Pinto Balsemão: Motorista José Sousa Recebe 116 Mil Euros por 33 Anos de Lealdade



Francisco Pinto Balsemão morreu a 21 de outubro de 2025 e deixou para trás um enorme legado no país ou não tivesse sido um dos grandes nomes da democracia. 

O antigo primeiro-ministro tinha 88 anos e ao longo da sua carreira deu cartas também como empresário tendo fundado o grupo Impresa, um dos mais importantes grupos de media portugueses.

Ao longo de várias décadas acumulou (e herdou) também um grande património. Segundo a revista Sábado, Balsemão declarou ao Constitucional cerca de 36 milhões de euros em dinheiro e aplicações. 

Com a sua morte levantou-se a questão: Como seria distribuída a fortuna de Balsemão?

De acordo com a revista Sábado, Balsemão assinou o seu último testamento a 6 de fevereiro de 2020 e nele constam as decisões finais sobre o destino do seu património. E é aqui que está a grande surpresa. O ex-primeiro ministro deixou milhares de euros a funcionários. 

Segundo a publicação, o antigo primeiro-ministro decidiu atribuir 100 mil euros (valor que deverá ser atualizado à data da sua morte) a alguém que foi mais que colaborador, a alguém que foi um verdadeiro amigo ao longo de mais de três décadas. José Sousa, o seu motorista irá receber cerca de 116 mil euros. 

A Sábado refere que o homem de confiança de Francisco Pinto Balsemão era uma das primeiras pessoas a quem este mostrava os novos programas da SIC e que se ele não gostasse era provável que também o político não os aprovasse. Ainda de acordo com a publicação, a relação dos dois era de extrema proximidade e nas longas viagens que faziam até trocavam de lugar. Balsemão assumia a condução do carro quando via que Sousa (nome pelo qual é mais conhecido) estava cansado.

"O Doutor Balsemão não era só um patrão, era um amigo. É difícil, há muitas histórias que ficam aqui no carro, ficam aqui para perdurar ao longo da minha vida. Ficam muitas recordações, muitos almoços, muitos jantares", disse José Sousa emocionado ao programa "Casa Feliz". 

Mas José Sousa não foi o único funcionário contemplado no testamento de Balsemão. Maria José, antiga colaboradora, vai receber "setenta mil euros, em dinheiro, destinada à aquisição de um imóvel". Para além disso, Maria José tem ainda direito a "cinquenta mil euros em dinheiro" e ainda uma "prestação periódica mensal vitalícia em montante correspondente a duas vezes o salário mínimo nacional em vigor à data de pagamento". 

Margarida, outra amiga do antigo primeiro-ministro terá direito também a 100 mil euros.  De referir que estes valores serão sempre atualizados ao ano da sua morte, ou seja, o valor a receber será sempre superior aos montantes por ele designados.

E a herança para os filhos? 

De acordo com a revista Sábado, os cinco filhos de Balsemão (Mónica, Henrique, Francisco Maria, Joana e Francisco Pedro) recebem, cada um, 929.482 ações da Balseger (sociedade gestora de participações sociais que detém o grupo Impresa), o que equivale a 2% da holding da família. 

Para além desta empresa, Balsemão dividiu pelos descendentes todas as quotas da Sociedade Francisco Pinto Balsemão e toda a participação pessoal que tinha na dona do Expresso e da SIC (equivale a 1,26 milhões de euros). No final, os filhos de Balsemão são "herdeiros do eventual remanescente da quota disponível da sua herança, em partes iguais". 

Para a mulher, Mercedes Balsemão, o empresário deixou a casa da Quinta da Marinha, em Cascais bem como "a totalidade dos créditos de que seja titular [valores que tem a receber], incluindo créditos em dinheiro, depósitos bancários e quaisquer valores mobiliários que neste testamento não sejam objeto de destino; e as participações sociais representativas da totalidade do capital social da Estrelícia - Investimentos Imobiliários Lda. Tita, como é conhecida, tem direito a um quarto do património do marido.