Durante participação no programa “Altas Horas”, da TV Globo, no último sábado (15), o consagrado autor de novelas Aguinaldo Silva, 82, surpreendeu ao contar que já eliminou um personagem de uma de suas tramas após enfrentar problemas nos bastidores.
Reconhecido como um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira, Aguinaldo foi questionado por Serginho Groisman se já havia tido implicâncias com algum ator escalado para seus folhetins. O autor, no entanto, respondeu que a situação foi inversa.
“Há muito tempo, eu não implicava com o ator — ele é que implicava comigo”, contou, rindo. Segundo o dramaturgo, o artista se recusava a falar diretamente com ele, enquanto conversava normalmente com toda a equipe. A postura acabou gerando um clima desconfortável nos bastidores.
Diante da tensão crescente, Aguinaldo disse ter encontrado apenas uma saída: matar o personagem.
“Ele não ligava para mim, mas para todos os outros. E acabou ficando uma coisa meio esquisita nos bastidores da novela. E eu só tive uma solução, que foi matar o personagem”, explicou.
Além da história curiosa sobre sua carreira na TV, o autor também relembrou um período marcante de sua juventude: os 70 dias em que ficou preso durante a ditadura militar.
Aguinaldo contou que, em 1969, havia acabado de iniciar sua trajetória como jornalista no jornal O Globo. No quinto dia de trabalho, após sair da redação de madrugada, desapareceu sem deixar rastros.
“Simplesmente sumi. As pessoas do jornal tentavam descobrir o que tinha acontecido comigo, onde eu estava, mas não conseguiam. Em qualquer porta que batiam, ouviam: ‘não existe essa pessoa aqui’”, relatou.
A participação do autor no “Altas Horas” marcou uma noite de memórias, revelações e reflexões sobre sua vida e sua carreira — tanto dentro quanto fora da televisão.
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