
O rapper Oruam, de 25 anos, usou as redes sociais para desabafar sobre os impactos da megaoperação da Polícia Civil realizada no Rio de Janeiro nesta semana. Filho de Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, o artista lamentou a violência nas comunidades cariocas e criticou a forma como as ações policiais afetam os moradores das favelas.
“Minha alma sangra quando a favela chora, porque a favela também tem família. Se tirar o fuzil da mão, existe um ser humano”, declarou o músico. Em seguida, ele publicou um texto mais extenso na rede social X (antigo Twitter), reforçando seu posicionamento:
“O crime é o reflexo da sociedade. O dia que eu ver a favela chorar e não vir aqui falar desse sistema sujo, não vou estar sendo eu. Minha alma sangra. Tirar o fuzil, existe o ser humano. Eu nunca vou achar normal a polícia entrar em uma favela e matar 70 pessoas quando o que sempre faltou foi oportunidade. Favela tem família, favela não é parque de diversão da burguesia, favela é campo de concentração.”
Na manhã desta quarta-feira, 29, Oruam voltou a se manifestar ao compartilhar imagens da comunidade após os confrontos. “Tô boladão, doido para colocar a cara aqui para falar, mas, se eu vier falar, capaz deles me prenderem de novo”, escreveu o artista, que já havia sido preso neste ano.
A megaoperação policial, deflagrada na terça-feira, 28, teve como alvo integrantes do Comando Vermelho. A ação provocou intensos tiroteios, bloqueios em vias importantes e paralisou parte da cidade do Rio de Janeiro, reacendendo o debate sobre violência, desigualdade e segurança pública nas favelas.


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