O rapper Hungria Hip Hop foi internado nesta quinta-feira (2) após apresentar sintomas de cefaleia intensa, náuseas, vômitos, turvação visual e acidose metabólica. De acordo com sua assessoria, o quadro teria sido causado pela ingestão de uma bebida supostamente adulterada. O caso acende um alerta: até a última quarta-feira (1º), o Brasil já havia registrado 43 notificações de intoxicação por metanol, segundo o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde.
Nascido em Ceilândia (DF), Gustavo da Hungria Neves, de 34 anos, começou a carreira musical ainda na adolescência. Com apenas 14 anos, lançou sua primeira música, “Hoje tá embaçado”, e, desde então, se consolidou como um dos principais nomes do rap nacional.
Hoje, Hungria é um fenômeno nas redes sociais, com mais de 12,1 milhões de seguidores no Instagram e 14,4 milhões de inscritos no YouTube. Seus maiores sucessos incluem as faixas “Amor e fé”, “Lembranças” e “Coração de aço”. Em 2024, o artista lançou seu álbum mais recente, “Virou Verão”, com participações de nomes como Grelo, Psirico e DJ Win.
“Rapper do sertanejo”
Hungria ganhou destaque nacional ao romper as barreiras tradicionais do rap e flertar com outros gêneros populares no Brasil. Em 2019, ficou conhecido como o “rapper do sertanejo”, após parcerias com Lucas Lucco em “Quebra-cabeça” e com Gusttavo Lima em “Eu vou te buscar”.
“Eu sou do rap, mas levanto a bandeira da música. O sertanejo, assim como outros estilos, também fazem parte da minha vida”, afirmou o rapper na época. “Nosso país é sertanejo. Isso não é de hoje. O gênero domina há anos e nunca saiu de evidência.”
Rap com identidade brasileira
Em entrevista ao g1, Hungria comentou sobre a valorização crescente do rap no Brasil e como o gênero tem se tornado parte da cultura popular:
“O rap no Brasil está rompendo fronteiras. Ele é mais valorizado lá fora, porque lá isso já é cultural. Mas aqui conseguimos inserir o rap em novelas, na televisão, mostrar que não é algo marginalizado. A cultura do rap é protesto, mas também fala de coisas boas”, disse o artista.
A música “Lembranças”, por exemplo, integrou a trilha sonora da novela “Malhação”, reforçando a presença do hip hop nas mídias de massa.
Das ruas às Olimpíadas
A força da música de Hungria também chegou ao esporte. Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, o campeão olímpico Isaquias Queiroz citou trechos da música “Um Pedido” ao comemorar a medalha de ouro na canoagem:
“Um dia eu vi uma estrela cadente e fiz um pedido. Creio, fui atendido. Era só um menino brincando com os amigo, e hoje eu sou um campeão olímpico…”, recitou o atleta, emocionado.
A canção mencionada é considerada autobiográfica e retrata a infância do rapper nas periferias do Distrito Federal. Após a homenagem, Hungria chegou a gravar um vídeo convidando Isaquias para visitá-lo quando retornasse do Japão.
Polêmicas recentes
Em março deste ano, Hungria se envolveu em uma ocorrência policial em Goiânia, ao lado do influenciador Kleber Moraes. A dupla foi abordada pela Polícia Militar de Goiás após realizar manobras perigosas com um veículo no condomínio Alphaville Flamboyant. O carro, que estava sem placas e sem documentação, foi apreendido. Apesar disso, os policiais não encontraram nenhuma restrição contra os envolvidos.
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