Fundador Do Telegram Revela Que Sobreviveu A Envenenamento



O bilionário Pavel Durov, criador do aplicativo de mensagens Telegram, revelou que sobreviveu a um envenenamento ocorrido em 2018. O episódio, mantido em segredo por anos, foi relatado por ele em entrevista ao podcaster Lex Fridman, publicada nesta segunda-feira (29/9).



Durov contou que passou a acreditar que estava à beira da morte após sentir dores intensas em todo o corpo, perda gradual da visão e da audição, dificuldade extrema para respirar e uma fraqueza paralisante. O empresário disse ter percebido um “vizinho estranho” deixando algo na porta do imóvel alugado em que vivia à época, mas não especificou o local do incidente. Em 2017, ele havia se mudado para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde residiu em diferentes endereços.



“Foi a única vez na vida em que pensei que estivesse morrendo. De uma coisa eu tinha certeza: é isso, acabou”, declarou Durov. Segundo ele, no dia seguinte acordou caído no chão, com vasos sanguíneos rompidos e incapaz de se levantar, permanecendo sem andar por duas semanas.


O fundador do Telegram explicou que optou por manter silêncio sobre o episódio, já que o aplicativo enfrentava pressões de governos e buscava investimentos para o desenvolvimento do blockchain TON, uma plataforma criada para realizar milhares de transações financeiras por segundo.


Christo Grozev, jornalista investigativo conhecido por apurar o envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e de sua filha no Reino Unido, em 2018, além do ataque contra o opositor russo Alexei Navalny em 2020, afirmou que os sintomas descritos por Durov são compatíveis com intoxicação por agente nervoso. Ele pediu que o empresário revele mais detalhes para que uma investigação possa ser conduzida.


Atualmente com 40 anos, Durov possui cidadania francesa e dos Emirados Árabes Unidos. No ano passado, foi preso em Paris sob a acusação de não conter a circulação de conteúdos ilegais no Telegram. Libertado após pagamento de fiança, o bilionário segue proibido de deixar a França.