O renomado apresentador de televisão John Stapleton morreu pacificamente em um hospital aos 79 anos, segundo informou seu agente.
Figura marcante da programação factual por uma geração, Stapleton se destacou em programas como Watchdog, da BBC, e News Hour, da GMTV, após iniciar sua carreira no jornal Oldham Chronicle.
A ex-apresentadora do Good Morning Britain, Charlotte Hawkins, prestou homenagem ao colega, descrevendo-o como um “brilhante comunicador” e “um homem genuinamente adorável”.
De acordo com sua agente Jackie Gill, Stapleton sofria de Mal de Parkinson, agravado por pneumonia. Durante todo o tempo, contou com o apoio constante do filho Nick e da nora Lisa, que estiveram sempre ao seu lado.
O cofundador do Good Morning Britain e atual chefe de departamento da BBC, Erron Gordon, destacou sua versatilidade no ar:
“Ele tinha uma habilidade inata para enfrentar qualquer desafio, desde uma notícia de última hora até falhas técnicas. No estúdio ou em externas, era brilhante. Sua versatilidade diante das câmeras era incomparável.”
Carreira marcada pelo jornalismo e pela versatilidade
Stapleton começou em jornais locais no noroeste da Inglaterra antes de ingressar na televisão, juntando-se ao programa Nationwide da BBC em 1975.
Em 1980, tornou-se jornalista do programa de referência em atualidades Newsnight, cobrindo inclusive a Guerra das Malvinas diretamente da Argentina.
Três anos depois, passou para a ITV, integrando a equipe de lançamento do TV-am, um dos primeiros programas matinais do canal. Em 1986, retornou à BBC para comandar, ao lado da esposa Lynn Faulds Wood, o consagrado Watchdog, especializado em orientação ao consumidor.
A jornalista Lynn Faulds Wood morreu em 2020, vítima de um AVC. Quatro anos depois, Stapleton recebeu o diagnóstico de Parkinson, enfrentando a doença com o apoio do filho Nick, também jornalista da BBC.
Desafios pessoais e novos projetos
Um mês após anunciar a condição de saúde, Stapleton desafiou-se a cantar em prol do Children in Need, iniciativa que, segundo ele, ajudou a aliviar os tremores causados pela doença. Para se preparar, chegou a integrar o elenco do musical & Juliet.
Após o Watchdog, retornou à ITV, onde se juntou à GMTV, sucessora do TV-am. Lá, cobriu grandes acontecimentos internacionais, como a Guerra de Kosovo e o furacão Katrina, além de entrevistar personalidades como o arcebispo Desmond Tutu e a princesa Michael de Kent.
Mesmo após o fim da GMTV em 2010, continuou presente na televisão, participando do Daybreak e do Good Morning Britain até 2015.
Homenagens
Colegas e admiradores lamentaram sua morte.
- O apresentador da BBC Radio 5 Live, Nicky Campbell, chamou-o de “bom amigo, sábio, bem-humorado e um gigante da radiodifusão”.
- O fundador do Money Saving Expert, Martin Lewis, escreveu que Stapleton e sua esposa foram “pioneiros brilhantes do jornalismo de consumo, abrindo caminho para profissionais como eu”.
- A ex-apresentadora da LBC, Sangita Myska, disse considerá-lo um “grande jornalista, modelo a ser seguido e cavalheiro”.
- Já o jornalista Nick Owen, colega da BBC nos anos 1980, recordou momentos divertidos ao lado do amigo, inclusive entrevistas inusitadas e situações marcantes da era inicial da TV matinal britânica.
Vida pessoal
Nascido em Oldham, em 1946, Stapleton era um apaixonado torcedor do Manchester City. Em entrevista ao jornal The Independent, em 2008, chegou a afirmar que, se não fosse jornalista, passaria ainda mais tempo viajando para acompanhar o time.
Em nota oficial, o clube — sete vezes campeão da Premier League — lamentou a perda:
“Ficamos tristes com a notícia de sua morte. Ele fará muita falta.”
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