Joshua Mhlakela, pastor sul-africano autoproclamado profeta, provocou alvoroço entre fiéis ao anunciar a tão aguardada “volta de Jesus” — o arrebatamento — para os dias 23 e 24 deste mês. O evento, no entanto, não aconteceu, e Mhlakela, que até então era bastante ativo nas redes sociais, simplesmente sumiu do mapa.
Segundo a profecia do líder religioso, o arrebatamento marcaria o início do Juízo Final, levando os “escolhidos” aos céus em meio a hostes angelicais. Na noite do dia 23, Mhlakela chegou a realizar uma live para acompanhar o que, segundo ele, seria um momento histórico. À medida que as horas passavam e nada acontecia, ele pedia paciência aos seguidores:
“O Senhor está a caminho com uma hoste de anjos”, garantiu.
A transmissão foi encerrada pouco depois da meia-noite, com um último apelo para que os fiéis “continuassem esperando”. Desde então, o pastor não foi mais visto online, alimentando teorias, memes e até a suspeita, entre alguns seguidores, de que talvez ele tenha sido o único arrebatado.
Enquanto isso, pastores que também acreditaram na profecia estão lidando com o constrangimento público. Um deles, Tilahun Desalegn, que lidera uma igreja na Austrália, afirmou em vídeo:
“Nunca mais falarei de arrebatamento publicamente.”Desalegn, inclusive, chegou a doar seu carro, por acreditar que “não precisaria dele no céu”.
A comoção causada por Mhlakela teve consequências reais. Muitos fiéis abandonaram empregos, venderam bens, deixaram de fazer provas escolares e até deixaram suas casas destrancadas, certos de que não estariam mais por aqui. Houve quem aconselhasse amigos e familiares a não fazer planos para o fim de semana, pois “Jesus viria antes disso”.
Com a não concretização da profecia, sobrou frustração. Nas redes sociais, muitos seguidores relataram sentir-se enganados, deprimidos e espiritualmente perdidos. Outros tentam lidar com a situação com bom humor.
A hashtag #RaptureNow (rapture significa arrebatamento em inglês) viralizou, acumulando mais de 300 mil vídeos no TikTok e outras plataformas. Entre desabafos sinceros e piadas, surgiram questionamentos inusitados: “Jesus levaria meus cães também?”
Enquanto Mhlakela permanece em silêncio, sua ausência gera mais perguntas do que respostas — tanto espirituais quanto práticas.
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