Justiça dos EUA Dá Vitória a Luigi Mangione e Rejeita Acusações de Terrorismo



Um juiz do estado de Nova York rejeitou, nesta terça-feira (16), duas acusações relacionadas a terrorismo contra Luigi Mangione, acusado pelo assassinato de Brian Thompson, CEO da UnitedHealth. As acusações descartadas incluíam homicídio em primeiro grau em prol de um ato de terrorismo e homicídio em segundo grau como crime de terrorismo. Na decisão, o juiz considerou as acusações “legalmente insuficientes”.


Mangione, que permanece sob custódia federal desde sua prisão em dezembro, compareceu hoje a uma audiência em um tribunal estadual de Nova York. Ele já se declarou inocente das acusações federais e estaduais em audiências anteriores.



O caso ganhou notoriedade após Thompson ser baleado e morto em 4 de dezembro, em frente a um hotel em Manhattan, onde participaria de uma conferência com investidores da UnitedHealth. A motivação do crime ainda é tema de intensos debates públicos e jurídicos.


Repercussão e contexto político

A audiência acontece em meio a um cenário de crescente tensão política no país. Na semana passada, o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, em Utah, provocou uma onda de preocupação sobre o aumento da violência política nos Estados Unidos. O principal suspeito do crime, Tyler Robinson, deve ser formalmente acusado ainda nesta terça-feira.


Tanto o assassinato de Kirk quanto o de Thompson foram amplamente condenados por autoridades de todo o espectro político. No entanto, Mangione passou a ser visto por alguns como um símbolo de protesto contra os altos custos da saúde nos EUA — visão que tem dividido a opinião pública.


Defesa questiona processo duplo

A defesa de Mangione, liderada pela ex-promotora Karen Friedman Agnifilo, argumenta que os processos estaduais e federais violam o princípio constitucional de que ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo crime. Em petição apresentada em maio, os advogados afirmaram que os promotores estariam buscando “duas mordidas na maçã” ao processar o réu por diferentes esferas jurídicas pela mesma conduta.


No caso estadual, Mangione é acusado de homicídio como crime de terrorismo, o que poderia acarretar prisão perpétua. Já no processo federal, o Departamento de Justiça busca aplicar a pena de morte, alegando que Mangione perseguiu a vítima através de fronteiras estaduais com a intenção premeditada de matá-la.


Os promotores, por sua vez, sustentam que as acusações não são incompatíveis e que qualquer dificuldade enfrentada pela defesa é consequência das ações do próprio réu.


“As opções desagradáveis que este réu enfrenta surgem… de suas próprias ações depravadas”, escreveram os promotores em resposta à petição da defesa, apresentada em junho.


Julgamento ainda sem data definida

Apesar da decisão favorável à defesa nesta etapa do processo estadual, Mangione ainda enfrenta acusações severas tanto no âmbito estadual quanto no federal. As datas para os julgamentos ainda não foram marcadas.