Jeannie Seely, a emotiva cantora de música country por trás de sucessos como “Don’t Touch Me”, faleceu aos 85 anos. Nesta sexta-feira (1º/8), sua assessoria de imprensa informou que o falecimento seu deu em decorrência de complicações causadas por uma infecção intestinal.
Conhecida como “Miss Country Soul” por seu estilo vocal único, Seely foi uma pioneira para as mulheres na música country, celebrada por sua atitude irreverente e por uma série de sucessos marcantes nas décadas de 1960 e 1970.
Seu segundo marido, Gene Ward, faleceu em dezembro. Já em maio deste ano, Seely revelou que estava em recuperação após passar por múltiplas cirurgias na coluna, incluindo dois procedimentos de emergência, além de ter ficado 11 dias na UTI. Ela também enfrentou um quadro de pneumonia.
“Reabilitação é bem difícil, mas a cada dia as coisas estão melhorando, e ontem à noite vi uma luz no fim do túnel. E era neon, então sabia que era minha!”, disse ela em um comunicado na época. “A insubmergível Seely está encontrando o caminho de volta.”
A cantora Dolly Parton foi uma das várias lendas da música country a prestar homenagem à amiga nesta sexta-feira. “Ela era uma das minhas amigas mais queridas”, escreveu Parton nas redes sociais. “Acho que foi uma das grandes cantoras de Nashville e tinha um senso de humor maravilhoso. Rimos muito juntas, choramos por algumas coisas… ela fará muita falta.”
Jeannie Seely nasceu em julho de 1940, em Titusville, Pensilvânia, cerca de duas horas ao norte de Pittsburgh, e cresceu em Townville, cidade próxima. Sua paixão pela música country começou cedo: a mãe cantava e o pai tocava banjo. Quando criança, ela se apresentava em rádios e TVs locais. Aos 20 e poucos anos, mudou-se para Los Angeles em busca de carreira artística e conseguiu trabalho nas gravadoras Liberty e Imperial Records, em Hollywood.
Ela continuou compondo e gravando. Em seguida, mudou-se para Nashville, onde cantou no programa de Porter Wagoner e assinou contrato com a Monument Records. Seu maior sucesso viria pouco depois: “Don’t Touch Me”, balada escrita por Hank Cochran, que lhe rendeu seu único Grammy, na categoria de melhor performance vocal feminina em country e western.
Seely e Cochran se casaram em 1969 e se divorciaram em 1979.
Quebrando barreiras
Seely foi uma figura transgressora no cenário country, numa época em que esperava-se submissão das artistas mulheres. Ficou conhecida, por exemplo, por usar minissaia no palco do Grand Ole Opry — algo considerado ousado e até escandaloso na época.
Entre seus maiores sucessos nas paradas estão:
- “Don’t Touch Me”
- “I’ll Love You More (Than You Need)” (1967)
- “Can I Sleep In Your Arms?” (1973), baseada na canção folk “Can I Sleep In Your Barn Tonight Mister?”
Mesmo com o passar dos anos, Seely continuou ativa: lançava discos, se apresentava e apresentava programas dedicados à música country. Suas músicas foram regravadas por nomes como Merle Haggard, Ray Price, Connie Smith, Ernest Tubb, Grandpa Jones e Little Jimmy Dickens.
Desde 2018, ela comandava o programa semanal “Sunday’s with Seely” no canal Willie’s Roadhouse, da SiriusXM, de Willie Nelson. No mesmo ano, foi incluída na Calçada da Fama da Cidade da Música (Music City Walk of Fame).
Seu último lançamento foi em julho de 2024, uma releitura da música “Suffertime”, de Dottie West, gravada no lendário RCA Studio B. Ela havia interpretado a canção no Opry no ano anterior.
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