Por quase duas décadas, Sergio Viula subiu ao púlpito para dizer que a homossexualidade podia ser “curada”, e usava a própria vida como exemplo. Hoje, o ex-pastor evangélico, que um dia acreditou ter sido transformado pela fé, vive há dez anos com o companheiro André, após se divorciar de uma mulher com quem foi casado por 14 anos e teve dois filhos.
Em entrevista ao Portal UOL, Sergio lembrou como estava convencido de que bastava crer para mudar quem era. “Me entreguei completamente para aquilo e vivia a ‘cura’ porque eu realmente acreditava nela”, afirmou.
Filho de católicos praticantes, foi batizado, fez a primeira comunhão e cresceu acreditando que o amor entre dois homens era pecado. Na juventude, aproximou-se de evangélicos, se converteu e passou a pregar contra a homossexualidade, até que, em 2003, decidiu deixar a igreja e assumir sua orientação sexual.
Hoje, afirma que reconstruiu a relação com os pais, que têm ótima convivência com André, e mantém o apoio incondicional dos filhos. Longe do púlpito, Sergio vive sem culpas e sem a necessidade de se “curar” para agradar a doutrinas religiosas.
“Fui uma vítima do sistema e reproduzi o sistema. Mas, se tem uma coisa que eu posso dizer, é a seguinte: a cura gay é mentira”, contou o ex-religioso. “Meus filhos sempre me apoiaram, nunca tive problemas com eles sobre me assumir. E meus pais me pediram perdão”, prosseguiu.
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