O Wolverhampton anunciou esta quinta-feira, através de um comunicado publicado nas suas plataformas oficiais, que decidiu incluir Diogo Jota no Hall of Fame do clube, numa emotiva homenagem ao jogador português, que morreu num trágico acidente de viação em Espanha, juntamente com o irmão André Silva, no passado dia 3 de julho.
"Diogo Jota foi introduzido no Hall of Fame do Wolves, numa homenagem que honra tanto os seus feitos notáveis pelo clube como o profundo impacto que a sua morte teve no mundo do futebol. O Hall of Fame, que é gerido de forma independente por um comité presidido pelo ídolo do Wolves John Richards, tomou rapidamente esta decisão rara e sentida, na sequência da morte trágica e prematura de Diogo e do seu irmão mais novo André. As entradas na parte mais cobiçada do museu do clube são normalmente o resultado de discussões pormenorizadas ao longo de muitas semanas ou meses, mas, neste caso, a decisão foi unânime - um reflexo da enorme emoção sentida pelos adeptos e pela comunidade futebolística em geral, e do notável legado que Diogo deixa", pode ler-se na nota do emblema da Premier League.
"O sentimento de tristeza e descrença em torno desta terrível tragédia é tão grande que quisemos fazer esta homenagem o mais rapidamente possível. Como toda a gente, ficámos chocados com os acontecimentos e lembramo-nos do jogador maravilhoso que o Diogo foi para o Wolves durante a inesquecível época de promoção sob o comando do Nuno e os nossos primeiros anos na Premier League. O seu recorde de 44 golos no Wolves, e depois 65 no Liverpool, que venceu o título da Premier League, diz muito. Muitos adeptos de todo o futebol - especialmente em Portugal, depois de ele os ter ajudado a vencer a Liga das Nações este verão - estão a sentir profundamente a sua perda. Não vimos qualquer razão para adiar esta decisão", destacou John Richards, presidente do Wolves Hall of Fame.
Esperamos que traga um pouco de conforto àqueles que eram próximos do Diogo e do André, e confiamos que os adeptos do Wolves compreendam que este gesto é feito com verdadeiro amor e admiração, e também totalmente justificado", frisou ainda.
"Este é um gesto comovente e que o clube apoia totalmente. O Diogo não foi apenas um futebolista fenomenal, mas também alguém que se comportou com humildade e bondade durante todo o seu tempo no Wolves, e que fará muita falta a todos nós. O seu legado está gravado na nossa história e estamos orgulhosos de o ver reconhecido desta forma. A resposta dos adeptos tem sido esmagadora, e esta honra do Hall of Fame parece muito apropriada", referiu, por seu turno, Matt Wild, diretor para o futebol dos lobos.
Esta integração de Diogo Jota no Hall of Fame do Wolverhampton segue-se a uma outra iniciativa que já tinha sido anunciada pelos ingleses nos últimos dias. A morte dos dois futebolistas portugueses será assinalada nos dois próximos jogos caseiros dos Wolves - o último particular em casa contra o Celta de Vigo e o jogo de abertura da Premier League contra o Manchester City.
Recorde-se que Diogo Jota encontrava-se a caminho de Inglaterra mas foi aconselhado a deslocar-se de automóvel (e só depois de ferry), em vez de avião, por motivos de saúde. Em função da mais recente intervenção cirúrgica ao pulmão a que foi submetido, já depois da conquista de Portugal na Liga das Nações, o ex-avançado do Liverpool recebeu indicação para não fazer a deslocação de avião, de forma a evitar a pressão da cabine, pelo que o plano passava por chegar a Santander, em Espanha, partindo num barco com destino a Portsmouth, num percurso de cerca de 30 horas.
O fatal acidente aconteceu na A-52, na zona de Zamora, a cerca de 350 quilómetros do local, na sequência de um despiste que terá sido causado pelo rebentamento de um pneu, enquanto era realizada uma ultrapassagem, seguindo-se um incêndio.
Diogo Jota representava atualmente o emblema de Anfield, onde jogava desde a temporada 2020/21, tendo disputado 182 jogos pelos reds e marcado 62 golos. Em Portugal, o minhoto jogou com a camisola do Paços de Ferreira antes de ser transferido para o Atlético de Madrid, onde foi emprestado ao FC Porto, onde ficou apenas uma temporada antes de ser novamente emprestado para Inglaterra, para representar o Wolverhampton, que militava no Championship, tendo ficado a título definitivo por uma quantia de 14 milhões de euros.
Depois de mais duas temporadas ao serviço do Wolves, rumou a Liverpool por cerca de 45 milhões de euros, onde tinha estado nas últimas cinco temporadas (com destaque para a conquista da mais recente Premier League), enquanto se prepara para iniciar a sexta época pelo clube de Anfield. Tudo aconteceu após um mês em que o antigo avançado, de 28 anos, conquistou a sua segunda Liga das Nações, ao serviço de Portugal, para além de se ter casado no passado dia 22 de junho, deixando três filhos, na sequência do fatal acidente.
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