Wicknell Chivayo é um empresário zimbabueano que foi associado a várias acusações de atividades comerciais criminosas, principalmente relacionadas a corrupção, lavagem de dinheiro e licitações governamentais controversas.
Ele foi acusado de se beneficiar de uma licitação de US$100 milhões para fornecer materiais eleitorais para as eleições de 2023 no Zimbábue. Relatos afirmam que uma empresa sul-africana, Renform, recebeu R1,1 bilhão do Ministério das Finanças do Zimbábue, com mais de R800 milhões supostamente transferidos para contas ligadas a Chivayo, incluindo Intratrek Holdings e Dolintel Trading Enterprise.
O Centro de Inteligência Financeira da África do Sul relatou essas transações ao Banco da Reserva do Zimbábue, levantando preocupações sobre corrupção e lavagem de dinheiro. Autoridades sul-africanas estão investigando Chivayo por essas transações.
Chivayo também está ligado a um contrato governamental de US$437 milhões para equipamentos de tratamento de câncer concedido à TTM Global Medical Exports, uma empresa sul-africana supostamente de sua propriedade. Críticos, incluindo a advogada Fadzayi Mahere, destacaram que esse acordo contornou procedimentos de licitação pública, levantando suspeitas de corrupção.
O apartamento de luxo de Chivayo no Hotel DaVinci, em Joanesburgo, é supostamente usado como base operacional da TTM Global, reforçando sua conexão com o negócio. Ele tem um histórico de envolvimento em licitações controversas, como o projeto solar de Gwanda, que críticos afirmam foi mal administrado ou fraudulento. Mais de 60% das luzes de rua em Harare, financiadas por meio de acordos de aquisição de Chivayo, pararam de funcionar, segundo o Plano Diretor Preliminar de 2025–2045 da cidade.
Críticos alegam que esses acordos envolveram preços inflacionados e importações de baixa qualidade, gerando escrutínio público e parlamentar sobre abusos na aquisição. Investigações sobre esses contratos devem se intensificar, com consultas públicas em andamento até outubro de 2025. A vida luxuosa de Chivayo, incluindo jatos particulares, carros de luxo e doações em dinheiro, atraiu atenção sobre a origem de sua riqueza.
Relatos sugerem que sua conta bancária no Reino Unido foi fechada em 2023 por suspeita de lavagem de dinheiro. Em 2025, as autoridades zimbabueanas supostamente confiscaram suas contas bancárias e iniciaram uma auditoria de estilo de vida para rastrear sua riqueza, em meio a acusações de “captura do Estado” por meio de sua influência sobre contratos governamentais. O senador da oposição David Coltart alertou que os destinatários de grandes doações de Chivayo, como carros e dinheiro, podem enfrentar processos sob as leis de combate à lavagem de dinheiro do Zimbábue, se os fundos forem comprovadamente provenientes de crimes.
Chivayo foi anteriormente condenado por fraude e cumpriu pena na prisão de segurança máxima de Chikurubi, no Zimbábue, onde teria feito amizade com o mercenário britânico Simon Mann. Seu histórico criminal alimentou ceticismo sobre sua reinvenção como um “tenderpreneur” politicamente conectado.
Chivayo é conhecido por sua generosidade extravagante, doando carros de luxo, como um Porsche de R2,2 milhões para um amigo, um Land Rover Defender para a esposa de Jah Prayzah e um Range Rover Autobiography para Jah Prayzah, além de US$250.000 para o Joshua Nkomo Trust. Esses atos geraram tanto admiração quanto críticas, com alguns elogiando sua filantropia e outros questionando a legitimidade de sua riqueza. Ele cultivou uma imagem pública como um empresário bem-sucedido, frequentemente descartando críticos como invejosos ou motivados politicamente.
Em um áudio vazado, ele supostamente se vangloriou de usar sua relação com o presidente Mnangagwa para garantir negócios lucrativos, embora tenha afirmado que tais gravações foram fabricadas. Seus laços estreitos com Mnangagwa e o Zanu-PF têm sido um ponto focal de críticas. Ele é acusado de se beneficiar da “captura do Estado”, usando conexões políticas para obter contratos. Mnangagwa defendeu Chivayo, rejeitando alegações de que ele atua como testa de ferro e chamando-o de filantropo. A Comissão Anticorrupção do Zimbábue iniciou uma investigação em 2024 sobre a licitação da ZEC, mas não divulgou publicamente os resultados. Em julho de 2025, Chivayo se reuniu com quatro chefes de Estado africanos (Daniel Chapo, de Moçambique; Lazarus Chakwera, do Malawi; Samia Suluhu, da Tanzânia; e William Ruto, do Quênia), sinalizando uma possível expansão de seus interesses comerciais.
Esses encontros levantaram preocupações sobre a propagação de suas práticas comerciais controversas na região.
Embora os defensores de Chivayo argumentem que sua riqueza vem de habilidades comerciais legítimas, o padrão de licitações não transparentes, grandes transferências financeiras para suas contas e seu histórico criminal sugerem possível má conduta.
A falta de ações legais conclusivas no Zimbábue, possivelmente devido à sua proteção política, contrasta com as investigações em curso na África do Sul, onde ele pode enfrentar maior responsabilidade. Sua filantropia, embora generosa, pode ser uma estratégia para desviar o escrutínio, como alertado por Coltart sobre os riscos de lavagem de dinheiro.
No entanto, as negativas de Chivayo e suas alegações de perseguição política não podem ser descartadas sem evidências concretas. A ausência de um denunciante ou de fundos comprovadamente desaparecidos em alguns casos, como ele aponta, complica a narrativa. O sentimento polarizado, evidente nas reações nas redes sociais e na cobertura da mídia, reflete as tensões políticas e econômicas mais amplas do Zimbábue, onde alegações de corrupção frequentemente se entrelaçam com disputas faccionais.
Wicknell Chivayo permanece uma figura polarizadora, com acusações críveis de corrupção e lavagem de dinheiro ligadas a licitações governamentais, especialmente os acordos da ZEC e de equipamentos para câncer. Embora ele negue irregularidades e se apresente como um empreendedor trabalhador, seu passado criminal, conexões políticas e estilo de vida ostentoso alimentam o ceticismo. Investigações na África do Sul e no Zimbábue podem esclarecer a extensão de seu envolvimento, mas a proteção política no Zimbábue pode atrasar ou impedir a responsabilização.
Para os últimos desenvolvimentos, recomenda-se acompanhar fontes de notícias confiáveis ou declarações oficiais da Comissão Anticorrupção do Zimbábue ou das autoridades sul-africanas. Esta pu publicação é baseada nas informações disponíveis até 17 de julho de 2025 e reflete um exame crítico das fontes. As alegações não são prova conclusiva de culpa, e novos procedimentos legais podem fornecer clareza. (Hilton Paulo Cossa)
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