O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) diz já ter identificado três dos quatro criminosos mortos a tiro na passada sexta-feira (04), num suposto confronto com a Polícia, na cidade da Matola, província de Maputo. Todos os três escaparam da prisão de segurança máxima de Maputo numa fuga em massa em Dezembro, durante os distúrbios pós-eleitorais.
Um dos fugitivos foi identificado como Amade Mabunda, que cumpria pena de 24 anos de prisão pelo assassinato do procurador Marcelino Vilanculos em 11 de Abril de 2016. Mabunda confessou ter atirado o magistrado do Ministério Público com uma arma de fogo AK-47 na porta da casa do procurador em Tsalala.
Durante o julgamento, o Tribunal da Matola concluiu que Mabunda disparou os tiros fatais, numa tentativa de impedir Vilanculos de continuar as suas investigações sobre os raptos de empresários em Maputo e Matola. Mabunda disse ter sido recrutado para cometer o assassinato por um certo José Coutinho. Coutinho não pôde ser levado a julgamento por este crime, embora já estivesse preso após ser condenado por outros crimes.
Ele foi liberto da prisão por um gangue não identificado, utilizando um veículo do SERNIC. Descobriu-se que Coutinho foi retirado da prisão não para resgatá-lo, mas para silenciá-lo, já que o seu corpo sem vida foi encontrado numa cova alguns dias depois, no distrito de Moamba, cerca de 70 Km ao norte de Maputo.
Os outros dois corpos identificados pelo SERNIC pertenciam a Rachid Khan, acusado de participação em sequestros e Constantino Cossa, preso por posse de armas proibidas e conspiração criminosa. O quarto homem morto a tiros ainda não foi identificado.
Após o confronto de sexta-feira, o porta-voz da Polícia, Cláudio Ngulele, afirmou que as quatro vítimas eram criminosos que pretendiam assaltar uma construtora. Ele acrescentou que, a poucos metros de distância, a Polícia encontrou uma bolsa contendo duas armas AK-47 e duas pistolas.
No entanto, ainda há aspectos inexplicáveis do referido tiroteio. Um deles é que, segundo testemunhas, os supostos agentes da PRM envolvidos usavam máscaras. O segundo é o facto de os supostos agentes se terem colocado em fuga após o tiroteio. Os dois aspectos são vistos na sexta-feira são incomuns em uma operação policial. Nenhuma explicação para isso foi divulgada até ao momento. (Carta/AIM)
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