Polícia Baleia Mulher "Por Engano" Durante Operação em Maputo



Uma mulher foi baleada no braço "por engano" na segunda-feira pela polícia moçambicana durante uma operação para remover vendedores informais das calçadas da Praça dos Combatentes, em Maputo. 

O incidente ocorreu quando um policial disparou acidentalmente enquanto tentava conter dois indivíduos que causavam desordem pública.

A mulher foi imediatamente socorrida e levada ao hospital, onde se encontra sob cuidados, conforme informou a porta-voz da Polícia Municipal, Naftal Lay, expressou preocupação com o ocorrido, afirmando que a situação "não nos identifica como policiais", e apelou à população para não se agitar contra os agentes, pois "o trabalho da polícia é arriscado.


Operação de Remoção de Vendedores Informais

A operação, que envolveu mais de 50 policiais, teve como objetivo remover vendedores informais das calçadas da Praça dos Combatentes e direcioná-los para o mercado adjacente. A ação ocorreu após uma semana de conscientização sobre a nova medida.

Apesar de um "momento de alguma agitação", Naftal Lay garantiu que a situação na praça havia retornado "ao normal" e estava "sob controle". Ela atribuiu qualquer agitação à ação de pessoas que "pretendiam interromper o trabalho policial".

Presença Policial Preventiva e Ultimato do Município

A porta-voz da Polícia Municipal esclareceu que a presença policial no local era meramente preventiva e que "não havia intenção de tomar medidas coercivas" contra os vendedores ambulantes. Minutos antes, mais oficiais de proteção pública com escudos e bastões haviam chegado ao local.

Em 12 de julho, o município de Maputo anunciou a intenção de remover vendedores informais das estradas e calçadas da capital, alegando que representam um risco e impedem o tráfego. O ultimato, inicialmente marcado para a segunda-feira anterior, foi estendido até o fim de semana.


Medidas Proibitivas e Apelo à Cooperação

Naftal Lay informou ainda que a polícia impôs "medidas proibitivas" aos vendedores que excederem o prazo de sete dias para vender em locais "inadequados". Segundo ela, um total de 1.743 vendedores informais adotaram barracas designadas no mercado local durante os esforços de levantamento de conscientização pelas autoridades.

Na segunda-feira, as calçadas, geralmente repletas de vendedores informais, estavam ocupadas por policiais da proteção pública e da polícia municipal, que impediam os vendedores de montar barracas à beira da estrada, em desacordo com as ordens municipais. Com as calçadas vazias, apenas os vendedores ambulantes resistiam à ordem de evacuação, alegando falta de espaço dentro do mercado.

Naftal Lay também pediu a cooperação das pessoas que estão acostumadas a frequentar a praça, solicitando que entrem no mercado ou façam suas compras em outros locais. "Não procure por fornecedores nessa área; procure fornecedores em locais apropriados. Os fornecedores estarão nos mercados, como Coreano, Mazambane e o 1º de Junho, não aqui, o que é inadequado para comprar qualquer tipo de produto", concluiu.

A Praça dos Combatentes, também conhecida como "mercado de Xiquelene", é frequentemente confundida com um mercado oficial devido à sua agitação, com vendedores, operadores de transporte público e motoristas contribuindo para o cenário vibrante.