Uma mulher afirma ter sido vítima de extorsão, maus-tratos e abandono durante o trabalho de parto no Hospital Geral de Chamanculo, na cidade de Maputo. O caso envolve ainda alegações de negligência médica por parte das profissionais de saúde, que teriam abandonado várias parturientes em pleno processo de parto para se trancarem a consumir bebidas alcoólicas.
A denunciante, Isaura, de 40 anos, residente no bairro Nkobe, deu entrada na unidade hospitalar na noite de sábado, 19 de Julho, acompanhada da sogra, já com fortes contrações. Segundo relata, foi obrigada a pagar 2.000 meticais a uma das parteiras, que justificou o pedido com o argumento de que devido à idade da paciente, o parto exigiria mais esforço.
Em meio às dores e à urgência da situação, a família conseguiu enviar metade do valor exigido. Mesmo em estado crítico, Isaura foi colocada numa sala de partos, onde se encontravam outras quatro mulheres nas mesmas condições. De acordo com a denúncia, as parteiras abandonaram todas as pacientes e trancaram-se numa sala privada, onde estariam a consumir álcool.
Sem qualquer assistência, as cinco mulheres foram obrigadas a dar à luz sozinhas. Uma das pacientes, ainda com o bebé ligado ao cordão umbilical, saiu da sala gritando por socorro, o que atraiu a atenção dos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) presentes nas imediações da unidade sanitária.
Ao investigarem a situação, os agentes encontraram as parteiras trancadas e, aparentemente, embriagadas. Após serem confrontadas, dirigiram-se à sala de partos, onde constataram que todas as pacientes já tinham dado à luz. Segundo o relato, as profissionais limitaram-se a cortar os cordões umbilicais com a mesma tesoura, sem qualquer procedimento de esterilização.
A denunciante conta que, foi suturada de forma agressiva, do órgão genital até ao ânus sem qualquer tipo de anestesia. Além disso, foi insultada por uma das enfermeiras que alegadamente afirmou que “mulheres da sua idade só causam trabalho”.
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