Segundo Mimbire, o mundo inteiro testemunhou os acontecimentos pós-eleitorais de 2024 em Moçambique, e a opção do Presidente Daniel Chapo pela via judicial, em vez do diálogo político, é um sinal claro de perseguição. Para ela, a nomeação da antiga Procuradora-Geral da República para o gabinete presidencial é agora compreensível à luz do actual cenário político.
“As acusações que pesam sobre Venâncio Mondlane demonstram claramente a intenção de travar a sua carreira política e impedir a sua candidatura nas próximas eleições”, escreve Mimbire. Ela argumenta que Mondlane representa uma ameaça real à Frelimo e que o partido está determinado a retirá-lo da arena política a todo custo.
A analista acusa a Procuradoria-Geral da República (PGR) de funcionar como “instrumento de repressão” da Frelimo e questiona a integridade do sistema judicial, relembrando o alegado papel partidário dos tribunais durante o contencioso eleitoral.
“Se a nossa justiça for verdadeiramente independente, este processo cairá. Caso contrário, o país corre o risco de ver a justiça usada como arma política. Isso é perseguição, não é justiça”, acrescenta.
Mimbire alerta ainda para as possíveis consequências da prisão de Mondlane. Segundo ela, se for detido e condenado, o político poderá ganhar ainda mais força simbólica, tornando-se um “herói do povo”, à semelhança de figuras históricas como Joana Simeão, Urias Simango, André Matsangaíssa, Mahatma Gandhi e Nelson Mandela.
Mimbire, afirma que Mondlane poderá até recorrer à greve de fome, transformando-se num ícone da resistência: “Qualquer tentativa de bloquear o VM vai torná-lo colossal”.
Para Fátima Mimbire, a melhor estratégia que a Frelimo poderia adoptar neste momento seria governar com responsabilidade, melhorar os serviços públicos, redistribuir a riqueza e garantir dignidade ao povo. “A única forma de vencer Mondlane é nas urnas, com resultados e liderança transformadora. De outro modo, There is no way para Frelimo”, conclui.
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