Disputa de Guarda em Manica: Mãe e Avó Entram em Polêmica Judicial por Criança



Um caso familiar tem gerado grande controvérsia na província de Manica, onde uma jovem de 24 anos acusa os próprios pais de estarem a reter ilegalmente o seu filho de 7 anos. A mulher, cuja identidade não foi revelada por questões de segurança, afirma que está a ser impedida de reaver a guarda da criança, alegadamente criada pelos avós desde o nascimento.


Segundo o relato da mãe, tudo começou em 2019, quando engravidou e foi rejeitada pelo pai da criança. Sem apoio, contou com os pais para cuidar da gravidez e do recém-nascido. Pouco tempo depois, conseguiu um novo relacionamento e mudou-se para Nampula com o actual companheiro, deixando a criança sob os cuidados dos avós.


“Na altura, o meu namorado não queria viver com criança que não fosse dele. Como os meus pais estavam a cuidar do meu filho, aceitei a condição e fomos viver juntos em Nampula. Depois, consegui emprego e nunca mais tive tempo de visitar a criança”, explica.


Contudo, com o passar dos anos e sem conseguir engravidar novamente, o casal decidiu buscar o menino para criá-lo juntos. Foi então que surgiram os conflitos. Ao regressar a Manica para buscar o filho, foi surpreendida pela resistência dos pais, que alegam que a criança agora “lhes pertence” e que não permitirão que ninguém a leve.


A jovem tentou explicar os motivos e reafirmou o desejo de reassumir a responsabilidade pelo filho, mas afirma que os pais se recusaram a ouvir e chegaram a fazer ameaças caso a criança fosse levada à força.


“Eles disseram que se eu levar a criança, não vão se responsabilizar por qualquer coisa que acontecer com ele. Isso me deixou sem chão. Agora estou a pensar em levar o caso ao tribunal, mas tenho medo e dúvidas. Só quero o meu filho de volta”, desabafa.


O caso está a gerar muitas reações nas redes sociais, com opiniões divididas entre quem apoia a decisão dos avós, por terem criado a criança durante todos estes anos, e quem defende o direito legal e biológico da mãe.


Juristas ouvidos informalmente apontam que, legalmente, a mãe tem o direito de requerer a guarda do filho, desde que prove estar em condições de cuidar dele. Contudo, o tribunal deverá também avaliar o vínculo afetivo já estabelecido entre a criança e os avós, podendo pesar o melhor interesse do menor na decisão final.


Enquanto isso, o caso permanece sem solução definitiva, com a jovem apelando por orientação e justiça para poder reencontrar e viver com o filho que, segundo ela, nunca deixou de amar.